A colaboração entre a Pró-reitoria de Extensão, a Decania do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do Movimento dos Sem terra (MST) cujo objetivo é a formação de quadros políticos, foi formalizada, no último dia 14, através da assinatura de convênio de cooperação acadêmica entre a UFRJ e a ENFF. Estavam presentes Laura Tavares, pró-reitora de Extensão, Suely Soares, decana do CFCH, Maria Lídia Silveira, coordenadora de Extensão do CFCH, Marildo Menegat, professor da Escola de Serviço Social, Adelar Pizettas, diretor da ENFF, e Ana Beatriz de Carvalho, coordenadora da ENFF no Rio de Janeiro.
O curso de Extensão intitulado Teorias Sociais e Produção de Conhecimento será um dos resultados do convênio. O público alvo é formado por trabalhadores rurais e urbanos participantes de diversos movimentos sociais.
O objetivo é estabelecer intercâmbio de conhecimentos técnicos, científicos e culturais, assegurando a indissociabilidade entre o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, assim como elaborar e executar políticas públicas nas áreas de Educação e de Cultura, em interlocução com os movimentos sociais, partindo do pressuposto que a universidade é um espaço privilegiado para a produção e acúmulo de conhecimento e desempenha papel importante no desenvolvimento econômico, social, cultural e político da nação, contribuindo marcadamente na formação de cidadãos.
“Esse é um dia especial para a UFRJ já que assinaremos o convênio para formalizar e possibilitar estruturas para outros projetos”, explica Suely Soares. Dizendo da felicidade de encontrar na UFRJ a abertura para desenvolver os estudos e refletir sobre as dificuldades dos movimentos sociais, Adelar Pizettas afirma que “a vitória não é certa, mas temos a certeza de que a formação facilita as transformações”.
Para Maria Lídia, “o movimento social permite que nós, da universidade, aprendamos. A graduação e a pós-graduação também se formam com esse aprendizado, através de um comprometimento real de formação”. Marildo Menegat reconhece que “a formalidade é importante para evitar a derrubada dessa parceria. Se tivermos sorte, no futuro, historiadores vão buscar esse momento: a fusão do conhecimento da alta cultura acadêmica e o vigor da cultura popular”.
Laura Tavares afirma que a universidade tem muito mais a ganhar com esse convênio: “estamos cumprindo com a obrigação de toda universidade que se pretenda pública, além disso, essa assinatura é estratégica para o momento em que vivemos hoje, pois abre a possibilidade de rediscutir a universidade pública no país e pensar um projeto de UFRJ. Pensamos ser essa uma das vertentes essenciais de democratização da universidade pública brasileira.”