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ICB no tratamento contra o câncer

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O Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) comemorou nesta quinta-feira, dia 6, a entrega da bolsa de pós-doutorado “Pró-Onco Vivi Nabuco” a Fábio de Almeida Mendes que vai receber durante um ano uma bolsa, doada por Vivi Nabuco, dona do Banco Icatu. O diretor do ICB, Adalberto Vieyra, intermediou a cerimônia e aproveitou para agradecer presenças solenes, como da ex-pesquisadora Annah Chagas, viúva do professor Carlos Chagas.

Marcos Moraes, professor associado do Instituto, abriu o evento, apresentando um quadro geral da situação dos pesquisadores no país. “Os pesquisadores passam por dificuldades extremas para manter em andamento suas pesquisas. Nosso programa em oncobiologia tem como objetivo auxiliar na resolução desses problemas, como facilitar a comunicação entre comunidade científica”, diz. O professor reconheceu ainda a importância da doação feita por Vivi, cuja “generosidade espontânea ajuda esse projeto e outros, em vários setores do Brasil”. Lembrou ainda, em homenagem à professora Annah, falando que Carlos Chagas conseguiu fazer do Instituto de Biofísica uma instituição e uma escola de pesquisadores respeitada no Brasil e no mundo.

O professor Adalberto disse que o significado da solenidade é múltiplo. Segundo ele, o ICB passará por uma renovação geral, através da aprovação, no dia 8 de agosto, do novo regimento do Instituto. “Entre as características da nova estrutura, haverá, não mais departamentos isolados, mas programas temáticos de ensino, pesquisa e extensão integrados”. O coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Morfológicas, Vivaldo Moura Neto, apresentou numericamente o Programa de Oncobiologia e o colocou como exemplo de experiência para essa nova estrutura do ICB.

O Programa Interinstitucional de Pesquisa, Ensino e Extensão em Biologia do Câncer tem o apoio do Instituto Nacional do Câncer (INCA), dos departamentos de Anatomia, Histologia, dos institutos de Microbiologia Professor Paulo de Góes, Bioquímica Médica, Biofísica Carlos Chagas Filho, da Faculdade de Medicina, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais, e da Faculdade de Farmácia. O caráter multi-departamental foi posto pelo professor Vivaldo como fundamental, pois não limita o conhecimento. Ele explica que há grande número de grupos que trabalham em áreas de pesquisa em câncer, como hemopatias tumorais, tumores no sistema digestivo e o câncer de mama.

O pesquisador destacou o enfoque da pesquisa básica, no conceito fundamental da célula, pois “não adianta eu tratar de uma célula tumoral sem saber em que ela difere das demais células. E, a partir daí, pode-se iniciar o tratamento, o ataque a essas células”. Vivaldo celebrou a grande quantidade de teses de mestrado e doutorado em 2005 e início de 2006. “São 45 pessoas formadas nessa área e 25 doutores especializados por esse Programa. Todas as teses relacionadas ao diagnóstico, tratamento ou conhecimento básico, de desenvolvimento celular, por exemplo”. Em média, foram três artigos publicados por pesquisador do Programa, segundo o professor.

A jornalista Cláudia Jurberg, coordenadora do Núcleo de Difusão do Programa de Pesquisas em Oncobiologia, foi responsável pela maior integração entre os pesquisadores e divulgação na mídia de novidades sobre a doença e seu tratamento. Foi apresentada uma pesquisa elaborada por ela sobre como os diversos meios comunicação transmitem as notícias sobre o câncer, com levantamento de falhas e interesses do público. De acordo com a jornalista, os jornais e emissoras de televisão não explicam a doença e seus sintomas, mas se detêm na prevenção e casos mais comuns. Cláudia fez uma parceria com a rádio CBN, que se traduziu em chamadas periódicas sobre o câncer. A equipe de divulgação colocou ainda na internet o site do Programa – www. bioqmed.ufrj.br/onco -, com informações sobre os grupos de pesquisa e os temas estudados .

Para finalizar a solenidade, o bolsista contemplado apresentou seu tema de pesquisa. Fábio Mendes explicou que o “Papel das vias de Wnt, Shh e Notch na interação do glioblasto multiforme como microambiente cerebral” tem como objetivo estudar a interação entre os neurônios, tipo de célula comum no cérebro, e os glioblastos, células cancerígenas. Como pôde estudar a comunicação entre os astrócitos, outro tipo de célula cerebral, e neurônios, o estudante concluiu que as células tumorais mantêm características importantes da original. O projeto foca o estudo de três vias de sinalização que a célula utiliza para ativação da proliferação celular, especificamente seu desenvolvimento embrionário. “A relevância desse projeto é tornar melhor o conhecimento do glioblastos multiformes, mostrando vias de sinalização importantes como possíveis marcadores da origem tumoral’, conclui.