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Inaugurado Centro Cultural Prof. Horácio Macedo

A revitalização do auditório Roxinho tornou-se realidade e veio acompanhada de novidades para toda comunidade acadêmica. Após passar nove anos fechado, ele foi reaberto e, hoje, é o auditório mais moderno da Universidade, fazendo parte do Centro Cultural Professor Horácio Macedo, localizado no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN).

agencia2439T.jpgO dia 17 de março de 2006 ficará marcado na memória de alunos, professores e técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A revitalização do auditório Roxinho tornou-se realidade e veio acompanhada de novidades para toda comunidade acadêmica. Após passar nove anos fechado, ele foi reaberto e, hoje, é o auditório mais moderno da Universidade, fazendo parte do Centro Cultural Professor Horácio Macedo, localizado no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). Na década de 80, o auditório foi palco de grandes eventos e berço de lutas históricas dos movimentos docente e sindical.

Além do auditório, com 487 lugares, o complexo do Centro Cultural conta com uma área de exposições e uma biblioteca, que já estão inaugurados. Haverá também um anfiteatro, uma sala de vídeo, um pequeno teatro de arena, e um museu, podendo também ser usado como mini centro de convenções pela comunidade acadêmica, que dependem de financiamento para serem concluídos. O Centro também poderá se transformar num importante pólo de difusão de ciência e cultura para a comunidade da Zona da Leopoldina e Ilha do Governador.

A decana do CCMN, Professora Ângela Rocha, fez questão de ressaltar que o Roxinho faz parte da história da Universidade e que a sua reabertura, a reinauguração da biblioteca e a recuperação das áreas de seu entorno não esgotam os sonhos daqueles que querem construir uma verdadeira Universidade. “Não há motivo para inaugurar bibliotecas, centros culturais, teatros se não os povoarmos de pessoas, com suas idéias, seus ideais e suas diferenças. Senão nos transformamos continuamente estaremos eternamente fadados a conviver com o vazio. É nossa tarefa inaugurar, a cada dia, um novo ideal e abrir espaço para que ele possa crescer”, enfatiza.

Segundo a decana, outros sonhos além desses, anunciam uma nova realidade possível, como a construção do Instituto de Física, as construções das futuras sedes dos institutos de Química e Matemática, a total restauração do Instituto de Geociências e o povoamento dos cursos noturnos.

Durante a solenidade, o reitor Aloísio Teixeira disse que a reabertura do Roxinho e a criação do Centro Cultural é fruto do empenho e determinação da professora Ângela Rocha, decana do CCMN. “A inauguração (do centro cultural) tem nome e sobrenome: Ângela Rocha dos Santos”, conclui.

Para sua recuperação e modernização foi decisivo o apoio financeiro da Petrobras, através de convênio firmado com UFRJ para a construção do Cenpes II. Além deste decisivo apoio, a reitoria, apesar da escassez de recursos, disponibilizou uma verba para as obras, por entender a importância do Centro Cultural para a Universidade. “Estamos celebrando hoje a capacidade do ser humano de sonhar o sonho impossível, mesmo em condições adversas, e transformá-lo em realidade. Estamos vivendo na UFRJ um desses momentos especiais, em que sonho se transformou em realidade”, ressaltou Ângela Rocha.

De acordo com o diretor executivo do Cenpes, Carlos Tadeu da Costa Fraga, a inauguração do Centro Cultural é a demonstração do esforço integrado que vem sendo realizado entre a UFRJ e Petrobrás para colocar em prática projetos que beneficiem tanto a empresa quanto a comunidade acadêmica. “O que temos hoje é a concretização de mais uma parceria entre a maior empresa do país e da maior Universidade brasileira. Além disso, Petrobras e reitoria estão ampliando suas parceiras em projetos que visem mudar as condições sócio-econômicas das comunidades vizinhas à Universidade, assim como em toda sociedade brasileira”, destacou.

Homenagem a Horário Macedo

Durante o evento feito realizado um tributo ao professor Horácio Macedo pelo papel de grande relevância que teve na Universidade. Em 1981, foi o primeiro decano do CCMN eleito pela comunidade acadêmica. Já em 1985, foi o primeiro reitor no Brasil a se eleger da mesma forma. Além de desempenhar estas atividades, entre muitas outras, o professor Horácio Macedo também foi líder do movimento docente na década de 80.

Para a decana, algumas pessoas fizeram a diferença na história da UFRJ e o professor Horácio Macedo foi uma delas. “Era um homem de grandes sonhos e ideais que, através de muita luta, modificou a face desta Universidade. A voz dele era ouvida e esperada por toda comunidade acadêmica nas históricas assembléias realizadas no auditório Roxinho e nada mais justo que este Centro, onde o professor Horácio começou a construir uma nova história, lhe preste esta homenagem”, enfatizou.

“A cada momento de aparente derrota Dom Quixote aparecia mais forte, porque ele não aceitava a derrota. Horácio era assim e temos que ser assim. Temos que usar essa lembrança para construir um novo campo de luta”, afirmou reitor Aloísio Teixeira comparando a determinação e persistência de Horácio Macedo ao personagem Dom Quixote, de Miguel de Cervantes.

Para a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj), Ana Maria Ribeiro, o auditório tem um significado importante, pois nele vivenciou momentos importantes na política do país, na década de 80, que era um momento de lutas democráticas.
“Acredito que recuperar a imagem de Horácio, fazer esta homenagem e resgatar este espaço político é dar continuidade àquilo que foi começado. Espero que este espaço continue aberto aos técnico-administrativos para nossas assembléias e novas lutas. E que tenha condições de continuar fazendo parte da história do nosso país na luta contra a desigualdade social”, afirmou.

O professor Horácio Macedo, quando ainda era decano do CCMN, apoiou inúmeros movimentos e atuou em momentos importantes na luta pelas eleições diretas para reitor, contra os aumentos no bandejão, pelo ensino público e gratuito, além de ajudar a construir a participação dos alunos dentro da Universidade.

Estavam presentes à mesa o reitor, Aloísio Teixeira, a decana do CCMN, Ângela Rocha, a coordenadora geral do Sintufrj, Ana Maria Ribeiro, o representante do Adufrj, Ricardo Krubusly, o diretor executivo do Cenpes, Carlos Tadeu da Costa Fraga e o secretário estadual de educação, Cláudio Mendonça, além do secretário federal do Ensino Superior, professor Nelson Maculan.