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UFRJ: Spin Off na Incubadora da COPPE

Pela primeira vez o processo seletivo da Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ) contempla, entre todas as suas escolhidas, empresas nascidas na própria Universidade. Chamados de spin off, esses empreendimentos são gerados dentro de uma instituição – no caso a Universidade – e são usados fora dela, na sociedade.

agencia2292T.jpgAo mesmo tempo em que se destaca fora dos seus limites, como por exemplo, no caso do laboratório Ladetec, que fará o controle dos exames antidoping nos Jogos Panamericanos de 2007, a UFRJ consegue importantes conquistas internamente. Pela primeira vez o processo seletivo da Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ) contempla, entre todas as suas escolhidas, empresas nascidas na própria Universidade. Chamados de spin off, esses empreendimentos são gerados dentro de uma instituição – no caso a Universidade – e são usados fora dela, na sociedade.
“Ao longo dos anos, a Incubadora de Empresas tem se mostrado um instrumento eficaz para a transferência de tecnologia, que pode se dar de várias formas: por encomenda de uma empresa, por licença de algo que já exista ou por meio da criação de pequenas empresas, onde alunos de mestrado e doutorado vão criar seus negócios usando a tecnologia da Universidade”, afirma a Gerente Geral da Incubadora, Regina Faria.
Três foram as escolhidas neste processo. Duas saíram dos próprios laboratórios da COPPE: BrStreams e Controllato e uma é oriunda do Instituto de Matemática, a Kognitus. Ao mesmo tempo em que chegam essas novas empresas, a Medcerto, firma do ramo de calibração de equipamentos médicos, se gradua e deixa as instalações da Incubadora. Para Regina, esse fato representa muito para a difusão do conceito de empreendedorismo dentro da UFRJ.
“Infelizmente esse conceito ainda é muito pouco difundido por aqui. Mas essas empresas representam muito para mudar esse quadro. Todas elas têm sócios que são professores, mas só vão ser cotistas da empresa, sem exercer nenhuma função dentro delas. Existe um contrato de transferência de tecnologia da Universidade para essas empresas, que pagam royalties pela tecnologia que vai ser utilizada”, afirma.
As calouras da Incubadora chegam trazendo boas novidades para o mercado. No Laboratório de Computação Paralela da COPPE, os pesquisadores que hoje compõem a BrStreams desenvolveram um avançado sistema de distribuição em grande escala, pela Internet, de vídeos digitais sob demanda (Vídeo on Demand – VoD). Chamada de GloVe – Global Vídeo Environment, essa tecnologia permite a melhoria na exibição de vídeos pela Internet em banda larga – que teriam a qualidade de DVD – com uma solução em software, reduzindo os custos de investimento por cliente em até 200 vezes, se comparados com a solução em hardware utilizada atualmente.
“Apesar de já termos um produto desenvolvido, a interação com o laboratório é fundamental para o nosso crescimento. O maior atrativo para o mercado é o baixo custo que o GloVe traz”, afirma Lauro Whately, aluno de Doutorado e um dos sócios da empresa.
Já no Laboratório de Estruturas da COPPE, nasceu a Controllato, que oferecerá tecnologia de ponta em soluções para redução de vibrações em estruturas civis e industriais, utilizando sistemas de controle dinâmico.
“Um desejo antigo foi desperto pela vitalidade dos alunos. Acho que aí está a relevância desses projetos. Dar a oportunidade desses alunos criarem suas empresas, fazerem coisas novas; fazer por aqui o que vemos lá fora. Entramos com a nossa experiência prática que vai ser muito bem utilizada pelas cabeças “boas” dos alunos”, afirma o professor Ronaldo Carvalho Battista, um dos responsáveis pela Controllato.
A Kognitus, desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Matemática, vai atuar com uma tecnologia de reconhecimento e processamento de padrões em imagens digitais, aplicada em áreas estratégicas como medicina, biometria e segurança de tráfego. Os primeiros produtos da empresa serão na linha de OCR (Optical Character Recognition) para reconhecimento de placas de veículos, com fins de segurança. Este último, inclusive, será utilizado dentro do novo plano de segurança da UFRJ. Com a denominação de Kapta, esse sistema fará a identificação dos veículos, cadastrados ou não, através de suas placas.
“Essas novas tecnologias desenvolvidas pela UFRJ são importantes, sobretudo, para diminuir os custos da Universidade. Acho isso de extrema importância e relevância”, afirmou a vice-reitora, Profª Sylvia Vargas, em recente entrevista para o Olhar Virtual.

Mais de uma década de bons frutos

A Incubadora de Empresas da COPPE em onze anos de atividade, já graduou 27 empresas em diversas áreas e é a primeira em faturamento no Rio de Janeiro. De base tecnológica, hospeda um empreendimento durante 3 anos, prorrogáveis por mais dois períodos de um ano. Para Regina Faria, a Incubadora mostra que dentro da Universidade é possível transformar o conhecimento em negócio.
“Basta, para isso, identificar uma oportunidade. Com a nossa nova estrutura física, estamos tentando manter um ritmo de três vagas a cada seis meses. Já estamos com novo edital aberto”, afirma, para ir mais além, “Acho que poderiam ter Incubadoras de outras áreas dentro da UFRJ. Conheço belas experiências pelo mundo. No Canadá, existe uma de música. Há outras de moda, uma de cozinha, a chamada Kitchen, inclusive já vi uma de história, que faz pesquisa histórica para teatro e cinema. Todas são viáveis e importantes”, opina ela.