Escola de Química comemora 72 anos

A Escola de Química (EQ) da universidade comemorou, hoje, dia 30 de agosto, 72 anos de criação, em sessão solene de abertura da semana de atividades acadêmicas. Coordenada pela diretora da escola, professora Belkis Valdman, a comemoração teve início às 10h, com um breve panomarama histórico dos melhores momentos e das principais mudanças que atingiram a escola nos últimos dois anos.
Segundo Belkis, mudanças não faltaram na EQ ao longo do tempo. Um exemplo disso foi a criação dos cursos de Engenharia de Alimentos e Engenharia de Bioprocessos. O primeiro é um desdobramento natural da consolidação do Curso de Pós-Graduação em Ciências de Alimentos, criado em 1999 com base no Instituto de Química da UFRJ. Já o segundo, vem ao encontro a uma necessidade de formar profissionais capazes de trazer para o mercado, através da viabilização da produção em escala comercial, diversos princípios ativos, de origem vegetal ou animal, descobertos a cada dia pelas pesquisas na área da biotecnologia. Além disto, esse novo Curso de Graduação também representa um desdobramento natural da capacidade de pesquisa e de ensino existente na Escola de Química.
Diante da implantação dos novos cursos, Belkis destacou:
— A introdução desses cursos na grade acadêmica fortaleceu bastante o status de excelência da escola. Portanto, não devemos atribuir somente a eles esse mérito, mas especialmente a todo o corpo social de docentes, servidores técnico-administrativos e alunos que elevam o nível da Escola de Química, e ao trabalho em equipe das Diretorias Adjuntas e coordenações”, disse.
Com relação à excelência da Escola de Química, o reitor, Aloísio Teixeira, afirmou ser largamente compreensivel uma escola como a de Química, ser tão preocupada em manter o nível de ensino. “Uma universidade onde a química é amplamente estudada, é facil perceber e compreender a necessidade de um Instituto em manter seu status”- disse.
Panorama Histórico
Segundo publicação da Escola de Química, “sua origem confunde-se com o início do ensino especializado da Química no Brasil, cujo as raízes podem ser identificadas antes mesmo do término da Primeira Guerra Mundial(…) Em fins de 1911, aparecia no Congresso Brasileiro projeto criando nove cursos de Química Industrial, entre os quais o curso de Química Industrial Agrícola, anexo à Escola Superior de Agricultura, em Niterói, e que viria a ser o embrião da atual Escola de Química. Em 1933, por iniciativa do Ministro da Agricultura, da época, o General Juarez Tavora, foi criada a Escola Nacional de Química. (…) O decreto-lei de sua criação e regulamentação, data de 28 de julho de 1933.(…) A partir de 1952, a Escola de Química passou a ministrar o curso de Engenharia Química, concomitantemente com o de Química Industrial. Em novembro de 1965, com a mudança do nome da universidade do Brasil para Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Nacional de Química passou a denominar-se Escola de Química (EQ), e a integrar o Centro de Tecnologia da UFRJ.
Com a implantação da Reforma Universitária (1968/70) e a subseqüente mudança final para a Ilha do Fundão (1973/74), a EQ sofreu substancial modificação. As antigas cadeiras do ensino básico e fundamental foram desligadas da Escola e incorporadas aos Institutos do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza.
O antigo Curso de Química |Industrial, fundado em 1933, foi o primeiro do país. Com a criação do Instituto, o pioneirismo ficou por conta da pós-graduação, que arrematou logo em 1969 o reconhecimento como centro de excelência pelo Conselho Nacional de Pesquisas, e se credenciou no Conselho Federal de Eduação, em janeiro de 1972”.
Inaugurações e homenagens especiais
Junto à comemoração, a escola inaugurou a sala professor Horácio Macedo, em homenagem ao professor que tanto contribuíu para a universidade.
Formado pela Escola Nacional de Química, Macedo foi o primeiro reitor brasileiro eleito pela comunidade universitária, em 1985. José Roberto Meyer, pró-reitor de graduação, se emocionou ao falar do homenageado. “Sempre que falo dele, fico comovido. O professor Horácio me deixou um legado incrível. Por isso guardo um carinho especial por ele. Nos momentos de angústia, lembro sempre dele dizendo: ‘Essa universidade é de todos e para todos”, concluiu.
Além disso, a escola inaugurou o Laboratório de Desenvolvimento e Otimização de Processos Orgânicos (Dopolab) e prestou homenagem a ex-alunos. Abrahão Zaguli, atual diretor financeiro da empresa Rio Polímeros S/A (Riopol), foi um dos que recebeu a homenagem. “Eu agradeço a vocês por lembrarem do meu nome. Nesta escola aprendi tanto na área profissional quanto na pessoal” – falou Zaguli.
A cerimônia chegou ao fim após a entrega do Jubileu de Ouro para turma 1955.