Pra não dizer que não falei das flores

A reforma paisagística, iniciada no prédio que abriga a Reitoria, com a retirada de três grandes árvores, surpreendeu muitos servidores, já habituados aos jardins e áreas externas que serão remodelados. A iniciativa do Horto da Prefeitura da UFRJ, coordenada pela paisagista Beatriz Araújo, visa aproximar o paisagismo atual do projeto original de Burle Marx, descaracterizado através dos anos.
O aporte de espécies estranhas à concepção inicial dos jardins, com copas altas e longas raízes axiais, gerou problemas como a projeção de sombras sobre as salas de aula e infiltrações nas calhas do edifício.
O novo projeto, idealizado pelo Horto, utilizará espécies usadas com freqüência por Burle Marx, objetivando o uso mais funcional do espaço, bem como um novo colorido ao ambiente. Muitas delas são de outros ecossistemas, como o Cerrado e a Amazônia, inexistentes na vegetação natural da Mata Atlântica.
A equipe da Prefeitura trouxe 250 mudas para a Reitoria. O planejamento inclui o plantio de pitangueiras e ipês nos jardins anexos ao estacionamento, que terão espaços abertos para a alocação de esculturas e exposições. Os esforços dos jardineiros, no entanto, estão voltados, nesta fase inicial ao Jardim das Curupitas. Algumas destas árvores, que dão nome ao local e têm frutos semelhantes à fruta-pão, serão retiradas. Outras terão suas copas rebaixadas, assim como um grande espécime de eritrina, que também será podado. A equipe do Horto removerá também plantas como dracenas e timberges, inexistentes na concepção de Burle Marx, e que foram acrescidas ao Jardim, na década passada. O piso será restaurado, provavelmente não com pedras portuguesas, que permitem o nascimento de ervas daninhas em seus vãos, e os canteiros também serão refeitos.
Beatriz Araújo destaca que o Horto ainda tem projetos em desenvolvimento para a Avenida Um (entre a Coppe e a Faculdade de Letras), a Coppead, e realizará curso de jardinagem e compostagem.