Categorias
Memória

Escola de Educação Física da UFRJ em festa

A Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ completa em abril deste ano seu 66º aniversário. Para comemorar, será realizada, no próximo dia 30, às 10 horas, a II Volta UFRJ – Corrida Rústica, organizada pela Coordenação de Extensão. Também faz parte das comemorações de aniversário da Escola, o lançamento da revista científica Arquivos em Movimento produzida pela coordenação de Pós-Graduação da EEFD, previsto para a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no stand da Editora da UFRJ.

agencia1853T.jpgA Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ completa em abril deste ano seu 66º aniversário. Para comemorar, será realizada, no próximo dia 30, às 10 horas, a II Volta UFRJ – Corrida Rústica, organizada pela Coordenação de Extensão. Também faz parte das comemorações de aniversário da Escola, o lançamento da revista científica Arquivos em Movimento produzida pela coordenação de Pós-Graduação da EEFD, previsto para a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no stand da Editora da UFRJ.
Fundada em 17 de abril de 1939, com a ajuda da Escola de Educação Física do Exército, a Escola obteve, inicialmente, o nome de Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD) e foi uma das primeiras escolas de educação física do país ligada a uma universidade, a Universidade do Brasil.
A Escola, dirigida a princípio por militares, tinha como objetivo se tornar escola-padrão na formação de profissionais, na uniformização do ensino teórico e prático, na difusão de conhecimentos e na realização de pesquisas na área de Educação Física. A ENEFD concretizou sua qualidade de ensino à medida que passou por adequações curriculares e regimentais, tornando-se mais presente no contexto universitário, e consolidando-se de fato como escola-padrão.
Para manter-se atualizada em relação aos novos conhecimentos que eram produzidos fora do país, a Escola incentivou a pesquisa, criou o primeiro periódico cientifico na área de Educação Física e realizou congressos.
Duas décadas depois, com a reforma universitária de 1968, a ENEFD tornou-se a Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro e perdeu parte de seu prestígio como escola-padrão. No entanto, não perdeu a excelência na formação de seus profissionais como afirma o diretor da Escola, Alexandre Moraes de Mello: “Apesar de todas as dificuldades por que passam as universidades públicas, a EEFD da UFRJ tem formado os melhores profissionais do Rio de Janeiro. Isso é comprovado através dos concursos para o estado e município. A maioria de nossos alunos consegue aprovação, ainda que não estejam formados. Além disso, conseguem também colocação nas melhores academias e clubes de Rio de Janeiro. Isso demonstra que mesmo com toda dificuldade é possível formar bons profissionais”.
Outro fator que comprova a qualidade do ensino da EEFD é ingresso de seus graduados nos melhores cursos de mestrado dentro e fora da UFRJ, como a COPPE, o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), a USP, a Unicamp e a Escola Nacional de Saúde Pública.
Durante esses 66 anos de história, a herdeira da ENEFD formou grande número de profissionais, que se destacaram em diversas modalidades esportivas e que foram professores da Escola.

A EEFD Hoje
Com o passar do tempo, a EEFD foi mudando seu panorama e, atualmente, trabalha de forma diferenciada do que era o projeto das décadas atrás. Segundo o diretor da Escola, anteriormente, formavam-se professores de educação física que ocupavam cargos de treinadores, técnicos, preparados físicos. “Hoje, a EEFD funciona com três tipos de cursos de graduação, sendo eles o bacharelado em educação física, licenciatura em educação física e bacharelado em Dança, que é um dos poucos do país em universidade pública, por isso recebe estudantes do Brasil inteiro. Os alunos se formam em intérpretes e coreógrafos”, ressalta o diretor.
Sob a Direção de Alexandre Moraes de Mello, a EEFD tenta colocar em prática alguns projetos de melhoria como, por exemplo, a reabertura da Pós-Graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) na Escola.
− É importante que a faculdade tenha uma pós-graduação, pois traz à tona o debate, a produção de conhecimento. Aqui nós temos vários grupos de estudo tanto na área de Biociência (que congrega biomecânica, fisiologia, entre outros) quanto na área histórica e cultural. É por isso que nós queremos reabrir o nosso mestrado, explica.
Segundo o diretor, o Ministério da Educação (MEC) exige, hoje, que se tenha oito doutores no quadro de professores, no entanto, a EEFD tem 16 doutores recém formados e cinco doutorandos, que estão aumentando a produção (publicação de artigos em revistas indexadas) para atender às exigências da CAPES.
Outra melhoria de significativa importância para a Escola e, conseqüentemente, para os alunos foi a troca de computadores do Laboratório de Informática de Graduação (LIG), conseguido através de uma parceria com a Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB). Além disso, foi criado a Coordenação de extensão, o Centro de Memória Inezil Penna Marinho e o Instituto Virtual do Esporte.

Mudança de currículo
A partir de outubro de 2005, por determinação do MEC, haverá uma mudança no currículo de todas as escolas de Educação Física do país. A reforma visa especificar com mais nitidez a área de atuação dos profissionais bacharelados e licenciados em educação física. Os primeiros só poderão atuar em academias, clubes, centro de pesquisas, enquanto os segundos terão sua área de atuação voltada apenas para as escolas do ensino fundamental e médio.
− O aluno que entrar até julho deste ano, será licenciado com o direito de trabalhar tanto em academia quanto em escolas. A partir do vestibular do ano que vem, os estudantes terão que optar pelo caminho a seguir. Ou aluno será bacharel, e vai trabalhar em academia, ou ele será licenciado e trabalhará em escolas, explica Alexandre de Mello.
Segundo o diretor, o motivo dessa mudança, que não ocorrerá apenas na Educação Física, mas em todos os outros que têm a possibilidade de formarem licenciados e bacharéis, é que a opção pela formação pedagógica esteja relacionada à vocação e não à ampliação do campo de trabalho.
− Muitos alunos, quando estavam terminando o curso, percebiam que existiam poucas oportunidades de emprego e para aumentar este leque faziam um ano de complementação pedagógica, mesmos sem ter vocação para professor, ressalta.

Reabertura do mestrado
O Mestrado funcionou até 1994, mas devido processo de aposentadorias dos professores o curso foi desativado. No entanto, a Direção da escola montou uma comissão, coordenada por Marta Sorenson, que está trabalhando no projeto de reabertura da pós-graduação stricto sensu, trazendo, inclusive, uma proposta avançada para o campo do saber. A proposta é fazer um projeto multidisciplinar no âmbito do Centro de Ciências da Saúde (CCS), envolvendo professores de diferentes unidades.

A extensão que faz a diferença
A Coordenação de extensão da EEFD foi criada há pouco mais de dois anos com o objetivo de proporcionar uma indissociabilidade entre os três pilares de sustentação da universidade que são: o ensino, a pesquisa e a extensão.
Segundo o coordenador da área, professor Armando de Oliveira, a extensão permite que o conhecimento circule entre os membros do meio acadêmico e a comunidade externa à universidade, havendo assim uma interação entre estes segmentos no que diz respeito à troca de experiências.
− O projeto é de cunho pedagógico. A visão que se tem na EEFD é contrária à perspectiva do assistencialismo. Aqui, os objetivos são a participação e interação. Nós não montamos um palco onde essas pessoas são apenas coadjuvantes. Aqui eles participam, trocam experiências, opinam. Nosso projeto é voltado à construção do conhecimento e consciência em relação à atividade física, ressalta o coordenador.
A coordenação de extensão da EEFD possui duas linhas programáticas que abrangem vários projetos. A primeira delas é o Esporte Universitário, que representa a UFRJ, em campeonatos fora da Universidade, em quase todas as modalidades esportivas. As equipes são formadas por estudantes dos mais diversos cursos e os treinamentos são orientados pelos graduandos da Educação Física, que se candidatam voluntariamente ao cargo de monitor e trabalham sob a supervisão de um professor.
Entre os vários projetos do Esporte Universitário, estão a II Volta da UFRJ – Corrida Rústica, a II Copa de Natação e a III Copa de Judô. Paralelamente a este, é feito um trabalho com as crianças da comunidade, que é o Festival Infantil de Judô. Além disso, será realizado também o I UFRJ Tênis. Todos estes projetos são abertos à comunidade interna e externa à Universidade.
O Esporte Universitário ainda conta com o Grupo de Estudos em Projetos Extensionistas (GEPE) e o Laboratório de atividade intencional e cidadania (LAFC).
A segunda linha programática da Coordenação de extensão é a Atividade Física Intencional e Cidadania, um projeto de desenvolvimento social transdisciplinar, que envolve diversos segmentos sociais na busca do desenvolvimento pleno do cidadão. Fazem parte desta linha programática os projetos Calango e UFRJ-Mar. Além disso, está sendo desenvolvido em Macaé um projeto específico na escola de pescadores, que envolverá a profissionalização de jovens e adolescentes, de 5ª a 8ª série, na atividade pesqueira.