A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP é uma atividade de extensão universitária que visa inserir no sistema formal da economia setores marginalizados tanto social quanto economicamente. Além de atuar no campo do desenvolvimento econômico, subsidiando propostas de políticas públicas, parte significativa de seus esforços busca responder às novas relações no mundo do trabalho, afirmando a autogestão e a cidadania.
Com status de excelência, a incubadora conseguiu chamar atenção até de outros continentes. Um exemplo disso é a presença do sociólogo angolano, Firmo do Rosário, que está na ITCP fazendo uma pesquisa, cujo objetivo é conhecer todo o funcionamento da incubadora, o trabalho que a mesma desenvolve com as cooperativas, para futuramente implantar, em Angola, a metodologia analisada.
A parceria não se iniciou com presença do sociólogo. Em novembro do ano passado, membros do governo angolano estiveram na instituição e observaram de perto todo trabalho desenvolvido no local. Ficaram bastante satisfeitos com tudo o que viram e, logo de cara, resolveram manter contato com a universidade. Sendo assim, a pesquisa desenvolvida pelo angolano é uma forma de consolidar esse elo.
Após a coleta de dados, Firmo irá enviar ao seu país um relatório contendo tudo que foi observado. A relação UFRJ/Angola será feita através de uma parceria entre a universidade e a Cimerca (Consultoria de Mercado e Desenvolvimento Empresarial) – uma empresa, localizada em Cabinda, que presta serviços a Chevrolet e a Texaco, e tem como atividade a extração de petróleo.
O sociólogo veio ao Brasil acompanhado de dois outros profissionais. Cada um ficou encarregado de avaliar as incubadoras presentes em Maceió, Santa Rita de Sapucaí (MG) e Rio de Janeiro; mas antes de se dirigirem às suas respectivas regiões, tiveram que absorver um pouco de teoria em Fortaleza.
No Brasil, 16 universidades apresentam incubadoras tecnológicas de cooperativas populares. No entanto, o que garantiu a preferência pela UFRJ, foi o seu pioneirismo e competência no ramo – existente desde de 1995, incubou até hoje mais de 35 cooperativas.
Segundo Rosário, o mais fascinante na incubadora é o trabalho de inclusão social que se desenvolve através incubação de determinadas cooperativas populares:
“O João Guerreiro, o coordenador geral da instituição, me levou para conhecer uma cooperativa de reciclagem de lixo. Fiquei absolutamente encantado ao ver aquelas pessoas, que antes viviam às margens da sociedade, totalmente engajadas numa atividade produtiva. Prometo levar essa experiência para Angola”.