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UFRJ e Petrobras firmam acordo de R$ 8 milhões

Investimentos da ordem de 8 milhões de reais, em dois anos, serão repassados pela Petrobras à UFRJ, fruto de um Termo de Cooperação assinado dia 16 de novembro de 2004, em solenidade ocorrida no salão do Conselho Universitário.

agencia1640T.jpgInvestimentos da ordem de 8 milhões de reais, em dois anos, serão repassados pela Petrobras à UFRJ, fruto de um Termo de Cooperação assinado dia 16 de novembro de 2004, em solenidade ocorrida no salão do Conselho Universitário. Segundo o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ, professor Joel Teodósio, estes recursos somam-se a outros 2 milhões e 500 mil reais provenientes de aluguéis, além de 250 mil em taxas condominiais, pagas anualmente pela empresa em função da utilização da área do campus do Fundão, onde se encontra o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A . Miguez de Mello — CENPES, e pela ocupação de nova área, de cerca de 60 mil m², na qual será construído o CENPES II.
O projeto de expansão do Centro de Pesquisas na Cidade Universitária foi exposto pelo arquiteto Siegbert Zanettini aos presentes à solenidade e apresenta soluções pensadas por uma equipe de cerca de 130 profissionais, onde são postos em prática, conceitos de eco-eficiência e desenvolvimento sustentável. A apreciação final dos três projetos arquitetônicos selecionados pela estatal, dos quais o de Zanettini foi o vencedor, contou com a participação da arquiteta e chefe o Escritório Técnico da UFRJ, Maria Ângela Dias.

Velhos parceiros
A parceria entre a Petrobras e a UFRJ já vem de longa data. Se em 1973 eram extraídos 140 mil barris/dia e hoje são quase 2 milhões/dia, significativos avanços tecnológicos foram implementados, especialmente com prospecção e exploração offshore, para as quais pesquisadores da UFRJ e do Cenpes trabalharam para colocar o Brasil na dianteira mundial. A barreira dos 1000 projetos, efetuados em conjunto entre a COPPE/UFRJ e a estatal já foi superada, credenciando esta Universidade para acolher em seu campus a expansão do maior Centro de Pesquisas em petróleo da América Latina.
A novidade deste Termo de Cooperação é que ele não visa apenas dar apoio à pesquisa científica e tecnológica, mais também as áreas de infra-estrutura e responsabilidade social. Investimentos em segurança do campus do Fundão, como financiamento à instalação de circuitos internos de TV, urbanização e manutenção de equipamentos de uso público e compartilhado, como melhorias na rede de comunicação, entre outros, estão previstos. Ações junto as comunidades adjacentes, tais como o complexo de bairros da Maré, serão articuladas, fortalecendo, por exemplo, projetos de alfabetização para jovens e adultos, desenvolvidos pela UFRJ junto ao Centro de Ações Solidárias da Maré — CEASM.
Todos os projetos, segundo informou a superintendente da PR-3, Almaisa Monteiro Souza, deverão ser previamente submetidos a apreciação de dois Conselhos, o Consultivo e o Gestor, compostos por representantes de ambas as partes.
Compuseram a mesa da solenidade a vice-reitora, professora Sylvia Vargas, o gerente executivo do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras, Carlos Tadeu da Costa Fraga; o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ, professor Joel Teodósio; o gerente de Gestão Tecnológica do Cenpes, Bruno Zemann, a diretora da COPPE e diretora superintendente da Coppetec, Ângela Uller e o diretor Executivo da Fundação Coppetec, David Nassi.
A vigência do Termo de Cooperação é de 730 dias, prorrogáveis por igual período.

Projeto integrado
A apresentação do projeto do CENPES II, feita pelo arquiteto Zanettini, enfatizou algumas das principais características desta obra, que segundo seu autor, “constitui um importante marco para a arquitetura contemporânea”. E não é pra menos. Estratégias de eco-eficiência estão estruturalmente contempladas. As condições do clima local foram tomadas como fatores determinantes para os critérios de projeto, desde a etapa de implantação do novo conjunto, até a definição da arquitetura dos edifícios. Zanettini explica que a proposta aborda o desafio da eco-eficiência, criando ambientes externos e internos que buscam o conforto ambiental do usuário, a eficiência energética dos edifícios em operação, a possibilidade de geração de energia limpa e o aproveitamento da paisagem natural na composição dos espaços. Assim, elementos do ambiente local, como ventos e vegetação, somados à vista privilegiada do mar, são inseridos no projeto. O consumo de ar condicionado, por exemplo, é minimizado pela conjunção de fatores que usa o adequado posicionamento dos prédios em relação a ventilação, a íntima convivência com a vegetação e o correto posicionamento dos laboratórios na direção norte-sul. “A predominância da orientação norte-sul diminui a exposição destes edifícios à radiação direta proveniente das orientações leste e oeste, e permite melhor aproveitamento dos painéis fotovoltaicos para a geração de energia limpa”, comenta Zanettini. Para ele, professor há 45 anos, a obra de arquitetura deve ser a conjunção de arte e ciência. “Só arte, vira escultura, só técnica, vira uma boa construção, mas jamais uma obra arquitetônica”.
De acordo com Carlos Tadeu, gerente executivo do Cenpes, formado em Engenharia Civil pela UFRJ, outro destaque do plano arquitônico desta expansão é a área da edificação voltada para o público externo, que servirá de espaço para troca de informações, realização de exposições daquilo que a Petrobras e a comunidade acadêmica fazem, aumentando esta interação. Ele adiantou que até fins de 2006, o conjunto das novas instalações deverá estar concluído.
Ao fim da solenidade houve a apresentação do Canto Coral do Programa de Crianças Petrobras da Maré.

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