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Memória

Hugo Chávez na UFRJ

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agencia1582T.jpgApós uma espera de quatro horas, o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, chegou ao Salão Pedro Calmon, no Palácio Universitário da Praia Vermelha. Muito aclamado pela paciente platéia, o estadista dedicou boa parte de sua chegada aos cumprimentos e fotos.
O público variado do evento contou com a presença de professores e estudantes universitários, políticos, como Jandira Feghali e Fernando Gusmão, a diretora da revista Cadernos do Terceiro Mundo, a uruguaia Beatriz Bissio, e o publicitário e professor da ECO-UFRJ (Escola de Comunicação) Cid Pacheco, coordenador de marketing da campanha de Chávez no plebiscito, que o manteve na presidência.
A mesa foi composta pela vice-reitora da UFRJ, Sylvia Vargas, o presidente da União Nacional de Estudantes (UNE), Gustavo Petta, e o presidente venezuelano, Hugo Chávez. O discurso baseou-se na integração latino-americana, nas inúmeras críticas à política imperialista dos Estados Unidos, além da memória dos movimentos sociais da América Latina.
Chávez afirmou que este é um momento histórico para corrigir o rumo do desenvolvimento na região. “Esta é a hora da vitória do povo da América Latina. Que nossos bisnetos não precisem tentar uma quarta vez”. Esta foi uma referência às gerações de líderes do continente. A primeira com Pancho Villa e Simon Bolívar, a segunda com Luiz Carlos Prestes, e a terceira, atualmente, com ele próprio, Lula e Fidel Castro. Para isto é imperativo romper com o liberalismo da globalização financeira; unir os movimentos sindical e estudantil, que desunidos fazem o jogo dos imperialistas; agregar valor aos nossos produtos e garantir os investimentos sociais necessários, principalmente em Saúde, Educação e na geração de emprego e renda.
O presidente tocou em temas polêmicos ao defender a autodeterminação dos povos, criticando a ingerência da ONU no Haiti e da Aliança capitaneada pelos Estados Unidos no Iraque. Apesar de evitar recriminar as lideranças controversas, como o ex-presidente Haitiano, Jean-Baptiste Aristide, ele afirmou que o povo latino deve resguardar sua memória e não permitir surgir um novo “Pinochet” em seu solo. Outra questão dentro da afirmação da América Latina é o rompimento com o FMI, posição que ele defende radicalmente, na justificativa de que o “Fundo é um asqueroso instrumento de exploração dos povos do mundo ao serviço dos impérios”.
Para o futuro, Chávez defendeu uma integração continental harmonizadora e justa, que garanta a soberania de seus países com organismos supranacionais, como por exemplo a criação de uma empresa petrolífera (Petrosur), que faria peso na estrutura geopolítica. Outras propostas foram a OTAS (Organização do Tratado do Atlântico Sul), que seria uma Força Armada dos países do Atlântico Sul; uma emissora de televisão com programação voltada à integração sul-americana; um Fundo Monetário Regional e a integração cultural dos povos latinos. “Brasil e Venezuela devem se conhecer”, reiterou o presidente.
Ao som de gritos de “Chávez no se vá!”, o líder bolivariano encerrou a palestra e seguiu com sua comitiva para a quadra da escola de samba da Mangueira. Chávez esteve no Brasil à ocasião da XVIII Cúpula Presidencial do Grupo do Rio, que reuniu os chefes de Estado latino-americanos.