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Búzios festeja o sucesso do 4º UFRJ Mar

A cidade de Búzios recebeu, com alegria e entusiasmo, o 4º Festival UFRJ Mar, promovido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, durante os dias 27 de outubro a 1º de novembro. O evento, que contou com cerca de 4.500 pessoas, entre coordenadores, organizadores e público, aconteceu no Centro de Convenções da Secretaria de Esportes e nas praias de Manguinhos e Geribá.

agencia1585T.jpgA cidade de Búzios recebeu, com alegria e entusiasmo, o 4º Festival UFRJ Mar, promovido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, durante os dias 27 de outubro a 1º de novembro. O evento, que contou com cerca de 4.500 pessoas, entre coordenadores, organizadores e público, aconteceu no Centro de Convenções da Secretaria de Esportes e nas praias de Manguinhos e Geribá.
O objetivo do evento, que ocorre duas vezes ao ano, é divulgar a produção acadêmica da Universidade e contribuir para o desenvolvimento local, em sintonia com o propósito da Reitoria em articular grupos acadêmicos que trabalhavam com o “mar” em locais de pouco desenvolvimento regional. “Desde o início, o UFRJ MAR se constituiu como campo de ensino, pesquisa e extensão, em particular, de recuperação em relação às questões ambientais, ampliação dos espelhos d´agua da Baía de Guanabara, e desenvolvimento de atividades econômicas ligadas ao mar, que possam ser auto-sustentáveis. O mar, para a gente, é um meio, não é um objeto”, explica o coordenador do evento e professor do Pólo Náutico da UFRJ, Fernando Amorim.
As atividades e oficinas eram abertas a toda população e durante os seis dias, recebeu crianças da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e das escolas locais. A professora Renata Moreira, da Escola José Bento Ribeiro Dantas, levou seus alunos e aprovou a iniciativa da Universidade: “As crianças estão adorando, passaram a manhã inteira pedindo para vir. É muito importante essa troca de energia, poderem pular e brincar. A cidade de Búzios não tem muita opção de diversão para elas”.

Educação Física

A oficina dos alunos de Educação Física foi uma das mais procuradas. A população pôde praticar handbeach, basquete, vôlei e futebol americano. As quadras montadas nas areias de Geribá atraíram a atenção das pessoas que lotavam a praia em pleno feriadão. Uma delas foi o vendedor de óculos Antônio Barreto, 64 anos, que não tem o costume de praticar esportes. “Eu nunca tinha jogado nada antes. Essa foi a primeira vez que joguei basquete e gostei muito, tomara que tenha de novo”.
No Centro de Convenções, as brincadeiras, danças, capoeira, trampolim e o muro de escaladas divertiram as crianças, que recebiam instruções de segurança antes de começarem as atividades. Segundo o instrutor do trampolim, o aluno Antônio Garcez, a contribuição dessa modalidade da ginástica está presente na formação da criança, já que exercitando o corpo e provendo o entretenimento e a sociabilização.

Engenharia Naval

Na oficina dos alunos da Engenharia Naval, as crianças trabalhavam a coordenação motora construindo modelos reduzidos de caíque. A proposta do projeto é manter viva a história e a tradição da construção de embarcações em madeira, ao mesmo tempo em que incorpora importantes inovações tecnológicas. Além disso, elas aprenderam a dar os vários tipos de nós e tiveram a oportunidade, junto com outros membros de comunidade, de velejar em embarcações construídas pelos próprios alunos da UFRJ. “Estou amando isso tudo aqui, porque essa cidade não costuma ter oficinas como esta. Eu vou velejar depois. Eu amo o mar”, disse Beatriz Santos de Paula, 8 anos, 2ª série da Escola Municipal José Bento Ribeiro.
Durante o UFRJ MAR, também aconteceu o Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia Naval (ENAV). “O objetivo do ENAV é a integração dos alunos e a discussão sobre o mercado de trabalho. Como recebemos o convite de organizar o UFRJ MAR, fizemos os dois ao mesmo tempo”, explica Eduardo Campos Rodrigues, aluno do sexto período, e um dos coordenadores do ENAV.

Biologia

Os alunos da Biologia também ofereceram diversas oficinas, com o objetivo de aproximar a comunidade às produções científicas da Universidade. Dentre elas, destacamos as “Oficinas de Ensino de Ecologia e Educação Ambiental”, sob responsabilidade da professora Deia Maria Ferreira (NUPEM), em que formas alternativas de ensino sobre ecologia e conceitos básicos de ecossistema foram exibidas, principalmente, a alunos do ensino fundamental, através de apresentações em microscópios e jogos interativos. A “Oficina Temática com Formas de Coleta e Observação de Microorganismos Aquáticos”, sob coordenação do professor Francisco Esteves, se constituiu da apresentação de amostras de microorganismos aquáticos explicando para as pessoas a importância na preservação dos ecossistemas.

Cultura

O Festival também guardou lugar para a realização de eventos culturais, que foram divididos em apresentações de peças teatrais e performances – promovidas pelos alunos de Direção Teatral, da Escola de Comunicação, sob coordenação do professor Luís Meirelles. Destaque para a comédia O Namorador, que atraiu um público de todas as faixas etárias e arrancou muitas risadas da platéia.

A oficina de leitura “Os Poetas e o Mar”, realizada pela professora Eleonora Ziller Camenietzki, da Faculdade de Letras, comentou trechos das obras de Luís de Camões, Fernando Pessoa e Castro Alves. “A poesia nasceu no mar. No mar e na guerra. Porque os homens iam para a guerra, através do mar”, explica a professora, relacionando os poetas ao mar. Além da empolgante apresentação “Pelos Mares da Vida – Danças e Folguedos Populares dos Mares Brasileiros”, da Companhia Folclórica do Rio – UFRJ, coordenado pela professora Eleonora Gabriel, que levantou o público e o convidou a festejar a alegria da cultura popular brasileira, junto ao batuque de tambores e pandeiros, e ao som de reco-recos e violas.

O numeroso grupo da UFRJ que participou do 4º Festival UFRJ Mar, alguns já veteranos dos outros festivais, certamente, guardará na memória os bons momentos passados nesta semana, na cidade de Búzios. O encerramento foi uma partida de futebol na praia de Geribá, demonstrando a integração daqueles que participaram do evento e a importância da interdisciplinaridade, característica deste tipo de acontecimento, figurada no mix de alunos da Biologia, Engenharia Naval, Educação Física e Comunicação Social.

Realizamos um festival excelente, com boa resposta da população. Atendemos às escolas, a APAE, à comunidade de pescadores, àqueles que moram nas regiões das praias, a turistas e ao pessoal envolvido internamente. A maior contribuição para a comunidade foi a perspectiva de que esses festivais não sejam pontuais, e sim, replicadores”, explicou Armando Alves de Oliveira, coordenador de Extensão e do Evento, prevendo para o próximo ano, 2005, a realização de um novo Festival na cidade, por conta da vontade suscitada da nova prefeitura de Búzios.

Veja aqui algumas fotos do evento feitas por Gabriela d’Araujo.