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A Iniciação Científica na UFRJ

Ajuda de custo, estímulo ou geração de conhecimento? Qual a palavra que você usaria para definir a importância das bolsas de Iniciação Científica, Artística e Cultural? Talvez todas essas e um pouco mais. Confira na reportagem como anda a Iniciação Científica na Universidade Federal do Rio de Janeiro, que gera boas oportunidades de estágios para os alunos da graduação.

agencia1527T.jpgUm dos primeiros passos na vida profissional de um estudante universitário pode começar com uma Bolsa de Iniciação Científica. Passo este que pode levar ao mestrado, ao doutorado e, quem sabe, à própria carreira acadêmica. A pesquisa é hoje, na universidade pública, um dos fatores responsáveis pela excelência do ensino, permitindo o desenvolvimento científico e tecnológico em diversas áreas do conhecimento humano que a Universidade abriga em seus inúmeros laboratórios e grupos de pesquisa.
Segundo dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a UFRJ é a segunda instituição que mais recebeu investimentos do CNPq em 2003. Contabilizando todas as modalidades de bolsas e auxílios existentes neste órgão de fomento, foram um pouco mais que R$ 45 milhões, perdendo apenas para a USP que recebeu quase R$ 70 milhões. (Ver gráfico).
Além do CNPq, a UFRJ recebe investimentos da Capes, Faperj e diversas outras Agências e Fundações de amparo à pesquisa no Brasil ou no estado do Rio de Janeiro. Em 2003, existiam na UFRJ 2249 bolsas de Iniciação Científica de diversas modalidades, distribuídas por centros. Quem dispara no ranking é o CCS com 36%, em seguida vem o CT com 17%, o CCMN com 16%, CFCH com 13%, e os demais centros somam 18%, (segundo dados da Pró-Reitoria de Pós-graduação(PR-2) relativos à bolsa à bolsa CNPq- PIBIC).
O professor adjunto do Instituto de Biologia, Vinicius Fortes Farjalla, é um exemplo da importância deste tipo de investimento na Universidade. Ele passou pela Iniciação Científica quando ainda estava no 2º período da faculdade, permanecendo até o final da graduação. Em seguida, entrou para o mestrado, e mais tarde deu seqüência aos seus estudos no curso de doutorado. Ao todo foram 10 anos trabalhando com pesquisa, através de bolsas fomentadas pelo governo. “A bolsa é uma ajuda de custo para o seu mínimo necessário. E também um grande estímulo, principalmente, quando você está na graduação. Hoje temos um aumento de professores mestres e doutores na universidade, graças a estes recursos. O valor das bolsas dá o mínimo para o aluno se manter, e prendê-lo na Universidade se dedicando à pesquisa”, diz o professor.
Por ser uma instituição pública, a Universidade não concorre no mercado em busca de alunos novos para suas unidades, diferente do que acontece com as universidades particulares, de um modo geral. Isto permite uma concepção de Educação Superior voltada para a pesquisa e o desenvolvimento nacional. O que de certa forma influencia na formação do futuro profissional.
Muitos alunos de universidades particulares, e até mesmo públicas, vêm para a UFRJ em busca de estágios disponíveis com bolsas de iniciação científica, ou só pela própria vontade de trabalhar com a pesquisa, sem a remuneração, como é o caso de Marcel Assumpção, aluno de Ciências Biológicas da Universidade Santa Úrsula. “Na minha faculdade não tem laboratórios trabalhando com ecologia, a maioria trabalha com taxonomia. E como eu me interessava por esta área, procurei aqui na UFRJ”, diz Marcel, que é estagiário do laboratório de Limnologia. De acordo com dados da PR-2, 2.140 alunos sem bolsa participaram da Jornada de Iniciação Científica em 2003.
Grande parte da pesquisa científica brasileira é feita dentro de institutos ou empresas públicas, e a causa está no investimento que se faz através destes recursos como as bolsas tanto para a graduação, mestrado e doutorado. Para o professor Vinicius Farjalla, o programa de Iniciação Científica bom, mas acredita que poderia ser expandindo para outras áreas: “A Ciência no Brasil precisa ser ampliada, ainda estamos muito atrás de outros países, precisamos de investimentos e bolsas para a formação de profissionais. Para um estudante que sai da faculdade e vai trabalhar em uma empresa, é interessante que tenha passado pela iniciação científica, pois ele já vai com outra visão e embasamento, independente ou não de ser acadêmico. Porque se trabalha com o pensamento e a geração de conhecimentos, que são extremamente importantes” argumenta o professor.
Para se candidatar a uma bolsa de Iniciação Científica o aluno de graduação deve procurar um laboratório para se integrar a uma linha de estudo, sendo necessário que seu orientador acadêmico formule projetos de pesquisa para pleitear recursos diante dos órgãos de fomento. Os mais conhecidos são CAPES (www.capes.gov.br), CNPq (www.cnpq.br) e FAPERJ (www.faperj.br). A duração da bolsa varia de acordo com o programa de origem, e a solicitação deve ser feita mediante edital liberado pelas instituições. O estudante com bolsa de iniciação científica fica sujeito às apresentações de trabalhos e aos relatórios sobre sua pesquisa. Também é possível recorrer à outras Agências e Fundações para concorrer aos recursos.
A página da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ (PR-2) contém mais informações sobre o assunto, acesse www.pr2.ufrj.br. A Pr-2 fica no prédio da Reitoria, Cidade Universitária, Ilha do Fundão.

Dados extraídos da página do CNPq.