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Diretora revela indignação com reportagem

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A diretora da Escola de Belas Artes, profª Angela Ancora da Luz, indiginada com a divulgação da matéria pela TV Globo sem prévia consulta à direção da Escola para a realização da filmagem, endereçou ao Decano do Centro de Letras e Artes, Prof° Carlos Tannus, uma carta que reproduzimos, a seguir, para pleno conhecimento da comunidade da UFRJ:

“Na última apresentação do Fantástico pela TV Globo, dia 30/05 p.p., a Escola de Belas Artes foi cenário da produção do programa que explorou, entre outros aspectos do campus da UFRJ, a realidade de nosso ateliê de Pintura, apontando suas inúmeras falhas. Fui informada por telefone quando a matéria já estava finalizando e, conseqüentemente, não pude acompanhar a exibição concernente à EBA. Soube do conteúdo exibido, estranhando o fato, pois não tive ciência de que haviam filmado nas dependências da EBA e nada havia sido autorizado por esta direção. Parta evitar equívocos consultei o chefe do departamento BAB, professor Aurélio Nery, para saber se alguém havia lhe solicitado permissão para a realização de tal matéria. Ante a negativa do professor dirijo-me à V.Sª para esclarecer a permissão e refletir sobre o episódio, que considero bem grave.

Para não ocorrer juízo equivocado gostaria de saber se houve alguma autorização em esfera superior, o que legitimaria o uso de nosso espaço. Caso não tenha havido, devemos refletir sobre o que considero uma invasão de nossos espaços.

Em ocasiões anteriores já atendemos a Rede Globo, bem como a Bandeirantes, TV Futura, TV Educativa e outros meios de comunicação em que sempre fomos solicitados a autorizar a reportagem, tendo ciência prévia do que seria veiculado. Acredito na força dos meios de massa e, se são positivos por um lado, por outro, podem causar prejuízos graves. No caso da reportagem do Fantástico me pergunto a quem interessaria o que foi apresentado? Sempre optei por buscar no âmbito da própria universidade as soluções para os problemas que enfrentamos e, quando, o assunto é verba procuro nas pró-reitorias ou através de projetos desenvolvidos por nossos professores, pois entendo que é o procedimento correto para a captação de recursos. Procuro apresentar na imagem midiática o que de positivo temos e produzimos, pois é necessário que divulguemos a qualidade da universidade pública. Aqui reside o meu temor. A veiculação das imagens apresentadas cria um terror público no momento anterior ao novo vestibular. O enfraquecimento da universidade pública fortalece a universidade privada, daí, novamente a minha pergunta: quem autorizou este tipo de reportagem?

Ciente do interesse da atual reitoria e do CLA, particularmente, que, como eu também deseja construir uma universidade mais justa e democrática, onde o ensino e a pesquisa seja,m fortalecidos aguardo um pronunciamento de V.Sª pois tenho a intenção de argüir os responsáveis pelo programa “O Fantástico”.