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Memória

Furto de obras raras no Museu Nacional

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Nota Oficial da Reitoria da UFRJ sobre
os recentes furtos de obras raras no Museu Nacional

A Reitoria da UFRJ, diante do furto de obras raras praticado no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, vem a público manifestar seu inconformismo diante dos acontecimentos, que ferem profundamente o desejo de preservar a memoria social e um patrimônio histórico de interesse da humanidade. Assinalamos, também, algumas medidas que estão sendo adotadas pelo corpo institucional da Universidade para superar tais adversidades.
É de conhecimento publico que o Museu Nacional é o maior de história natural da América Latina, possuindo 20 milhões de peças de grande valor histórico. Dentre seu valioso acervo, encontra-se a bibioteca de obras raras, com mais de quatro mil publicações, sendo 1700 in-folios (livros com até 70 cm de altura), dos quais foram subtraídos e/ou danificados 24 exemplares. Foram obras como “Rerum per octennium in Brasília…” de Gaspar Van Baerle (1647); “Viagem filosófica pelas capitanias do Grão Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá”, de Alexandre Rodrigues Ferreira (século XIX) e “América tertia pars…”, de Hans Staden (1592).
Ciente deste roubo, a Direção do Museu providenciou um imediato inventário do conjunto das obras, ainda em curso, e constituiu uma Comissão de Sindicância. Há indícios de que o furto foi praticado por especialistas, pois não se constatou arrombamentos e as obras valiosas e originais foram seletamenta escolhidas.
Outra providência, imediatamente adotada, foi a troca das fechaduras e o fechamento da biblioteca à visitação.
Nesta terça-feira, dia 11, a Vice-reitora, professora Sylvia Vargas, irá pessoalmente ao Museu, em nome do reitor, professor Aloísio Teixeira, a fim de ajustar outras medidas práticas.
Estão sendo feitas sugestões junto ao Governo Federal com o objetivo de retomar negociações sobre a implementação de verbas para o Museu. “Em fins de outubro de 2003, participei de uma cerimônia no Palácio Capanema, em que os Ministros da Educação, da Cultura, da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e do Turismo comprometeram-se em remeter cerca de 40 milhões de reais para obras de restauro e revitalização do Museu”, lembra a professora Sylvia.
Até o momento, nenhum recurso foi repassado, mas apesar da compressão orçamentária em que vive a UFRJ, a reitoria não poupará esforços para resolver os seus problemas mais emergentes.