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A Todo o Pano!

“Foi uma oportunidade ímpar, que somou muito para a nossa carreira, pois vivenciamos o funcionamento de um veleiro de grandes dimensões”, afirma Fernanda Beatriz de Carvalho, aluna do 4º período do Curso de Engenharia Naval da Escola Politécnica da UFRJ, que junto com outros nove colegas de outros períodos participaram da viagem Rio – Santos, a bordo do navio veleiro “Cisne Branco”, da Marinha do Brasil, realizada de 19 a 22 de janeiro.

agencia986T.jpg“Foi uma oportunidade ímpar, que somou muito para a nossa carreira, pois vivenciamos o funcionamento de um veleiro de grandes dimensões”, afirma Fernanda Beatriz de Carvalho, aluna do 4º período do Curso de Engenharia Naval da Escola Politécnica da UFRJ, que junto com outros nove colegas de outros períodos participaram da viagem Rio – Santos, a bordo do navio veleiro “Cisne Branco”, da Marinha do Brasil, realizada de 19 a 22 de janeiro. Supervisionados pelos professores do Departamento de Engenharia Naval Fernando Amorim e Alexandre Alho e pela professora Enise Valentini, do Programa de Engenharia Naval e Oceânica da COPPE, os estudantes realizaram uma série de medidas dos arranjos internos da embarcação e do convés, além de verem e participarem do trabalho prático desenvolvido pela tripulação e seu comandante, o capitão-de-mar-guerra Bernardo Gambôa.
“Os conhecimentos adquiridos neste tall-ship (embarcação de grande porte) serão valiosos para o desenvolvimento do projeto do Aurora, barco pesqueiro arrestado pela Marinha e cedido em novembro de 2003 à UFRJ, que será transformado em veleiro do tipo escuna”, destaca o professor Amorim, Coordenador Geral do Pólo Náutico da UFRJ.
O Projeto Aurora consolida uma importante parceria com a Marinha do Brasil, pois vem propiciando uma intensa troca de experiências. Ele possibilitará, por exemplo, aos alunos de diversos campos da Engenharia resolverem problemas práticos de projeto e execução. “A reforma do Aurora implica em uma ação multidisciplinar, uma vez que envolve atividades de elétrica, hidráulica, instalação de ar condicionado, máquinas, pintura, entre outras”, explica o mestrando da COPPE e responsável pelo Núcleo de Operações do Pólo Náutico, engenheiro naval Ronaldo Fazanelli Migueis, que também esteve a bordo do Cisne Branco.
Para o professor Alexandre Alho, que responde pelo Núcleo de Desenvolvimento do Pólo, a visita ao Cisne Branco permitiu o convívio com as vantagens e dilemas de um navio real, encomendado e adquirido pela marinha em 2000. Suas características de projeto, com armação em galera, com 76 m de comprimento e 31 velas, tanto quanto de construção, ainda não são uma tradição no Brasil, o que o torna uma excelente referência para os trabalhos técnicos desenvolvidos na adaptação do Aurora. “Os arranjos internos nos compartimentos, por exemplo, são muito confortáveis e práticos e podem ser implantados no Aurora, guardadas as proporções para uma embarcação que tem 30 metros de comprimento”.
Ao fim da viagem, no Porto de Santos, o comandante Gambôa frisou a satisfação de ter recebido a bordo a equipe da UFRJ e reiterou o propósito de continuar colaborando com o Projeto Aurora. Para ele, depois de pronto, o veleiro possibilitará fomentar a mentalidade marítima junto à sociedade brasileira, auxiliando em trabalhos voltados à educação ambiental, preservação dos recursos do mar, pesquisa oceanográfica e desenvolvimento de tecnologia de construção naval. Também está prevista a formação de navegadores e velejadores.
A professora Enise, responsável pelo Núcleo de Eventos e Atividades do Pólo informou que brevemente será marcado um evento para o lançamento do projeto da reforma do Aurora, que no momento vem sofrendo revisões para o seu aperfeiçoamento. “A viagem no Cisne Branco nos possibilitou ver detalhes que no papel eram abstratos”, comentou Enise, que também responde pelo UFRJ-Mar, um grupo interdisciplinar dedicado a pesquisas sobre o mar. Confirmando esta integração acadêmica, o professor Sérgio Henrique da Silva, do Instituto de Biologia, também esteve a bordo.
O sentimento de todos os participantes desta empreitada podem ser resumidos numa animada saudação típica dos tripulantes do Cisne Branco e recordada pela aluna Beatriz: “A todo o pano! grita o comandante. Iça! Caça!!”, respondem os tripulantes.