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UFRJ é pioneira em novo estudo sobre depressão

Todas as pesquisas que estudam a depressão têm chegado a uma mesma conclusão: ela é uma doença crônica. Por isso, há muitos anos, há um consenso no que diz respeito a esse tipo de tratamento.

Todas as pesquisas que estudam a depressão têm chegado a uma mesma conclusão: ela é uma doença crônica. Por isso, há muitos anos, há um consenso no que diz respeito a esse tipo de tratamento. O paciente depressivo, normalmente, é submetido a um tratamento de longo prazo, no qual são utilizados medicamentos que mexem com neurotransmissores (que atuam sobre o cérebro). Drogas chamadas inibidoras da recaptação de serotonina (responsável pelas reações depressivas) como prosac, por exemplo, são, muitas vezes, adotadas pelos doentes durante a vida inteira.
O Programa de Ansiedade e Depressão do Instituto de Psiquiatria (IPUB) da UFRJ, que é coordenado pelo diretor do instituto, o professor Márcio Versiane, e atua na área desde 1984, fez uma descoberta que pode mudar os rumos dos caminhos utilizados para se tratar a doença até hoje. Junto com alguns Centros de Pesquisa do exterior do Brasil, a UFRJ é pioneira nos estudos que comprovam a existência de casos em que esses medicamentos trazem malefícios para os pacientes.
O programa da Universidade acompanha cerca de 3mil doentes e está com a pesquisa relacionada a esta descoberta em estágio avançado. Através dela, percebeu-se que em um terço dos casos de depressão os medicamentos utilizados, ao invés de fazer bem, podem trazer dois diferentes tipos de danos. O primeiro é o efeito inverso: as crises depressivas são agravadas. No segundo, a depressão é até controlada, mas é sofrido um efeito colateral que pode ser considerado tão ou mais preocupante que a doença em si: o paciente fica com o que se chama de lassidão – a qual seria uma apatia constante, uma preguiça inconsciente e incontrolável de fazer qualquer coisa, desde as mais básicas, tais como escovar os dentes e trocar de roupa.
Para os pesquisadores do programa da UFRJ, a melhor forma de tratar estes doentes é suspendendo a adoção deste tipo de medicação e submetê-los a terapias específicas (psicoterapias) e antidepressivos ministrados em doses adequadas e somente durante o tempo necessário.
O acesso ao Programa de Ansiedade e Depressão da UFRJ é aberto ao público em geral, e para participar, basta inscrever-se no CIPE – Centro Integrado de Pesquisas do IPUB. Informações pelo telefone 2295-3449/r. 246.