Depois de quatro anos de pesquisa, três cientistas da UFRJ desenvolveram uma técnica inédita para diagnosticar com mais rapidez a doença artrite reumatóide, que atinge cerca de 3,5% da população mundial e não tem cura. Esse fato reforça a importância da descoberta, como explica a professora Lea Barbosa, uma das responsáveis pela pesquisa: “A artrite reumatóide não tem cura. Diagnosticá-la em sua fase precoce, quando geralmente as pessoas sentem dores nas articulações, pode evitar que a doença se desenvolva, cause deformações e até mesmo a perda dos movimentos locomotores. Os procedimentos atuais para diagnosticar a artrite podem levar até seis meses. Nossa descoberta permite que o paciente saiba o resultado em horas e possa iniciar o tratamento mais rapidamente”.
A descoberta da UFRJ permite que a doença seja diagnosticada através de imagem. Por meio de um processo chamado de cintilografia, as cientistas misturaram anticorpos industriais com um material radioativo, o reagente 99mTc-OKT3, e aplicaram as substâncias em 80 voluntários. No final da experiência, através de imagens geradas no computador, é possível saber se a pessoa tem ou não artrite reumatóide.
A pesquisa é resultado do trabalho de mestrado e doutorado em radiologia da estudante Flávia Martins e das professoras Bianca Gutfilen e Lea Barbosa, do Departamento de Radiologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). A professora Gutfilen ressalta a importância de uma aluna ter participado do processo: “esse é o papel da Universidade. Deve integrar professores e alunos em suas pesquisas para o benefício da sociedade”.
A próxima etapa da pesquisa das cientistas da UFRJ é divulgar a descoberta nos meios científicos. A Universidade possui a patente do novo processo e agora vai tentar parcerias com fabricantes para que o reagente utilizado na cintilografia seja produzido em larga escala. É um avanço científico de importância internacional.
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Sintomas: Dores nos punhos, mãos, articulações. Uma característica da artrite reumatóide é a rigidez matinal. Após uma noite de sono, os pacientes amanhecem com dificuldade em movimentar as articulações, a qual permanece por mais de 1 hora. Nos casos mais graves a rigidez matinal alivia somente parcialmente, permanecendo dor e limitação de movimentos permanentemente. Alguns pacientes queixam-se de mal-estar, fadiga e dor muscular que podem acompanhar ou anteceder a artrite. Também são sintomas da doença anemia leve e inflamação das glândulas lacrimais.
O Hospital Universitário Clementino Fraga Fillho oferece trata a doença: médicos de reumatologia e clínica médica costumam encaminhar os pacientes para o serviço de medicina nuclear, que faz parte do Departamento de Radiologia, para que a doença seja diagnosticada.