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Memória

Faculdade de Medicina matricula negro em 1815

“A primeira matrícula por cotas na história do Brasil” ocorreu na Faculdade de Medicina , segundo documento histórico de matrícula apresentado pelo Prof. Sebastião Amoêdo, da escola de Comunicação da UFRJ. A matrícula, do escravo João Evangelista foi efetuada por Dom João VI, em 12 de março de 1815, naquela instituição de ensino superior que um século mais tarde integraria a UFRJ.

Falando na abertura do II Colóquio Resgate da Identidade Brasileira, nesta quarta-feira (30.07.03) em Teresópolis, Sebastião Amoêdo disse o que considera o resgate da identidade negra, através do acesso à educação e à universidade. Apresentou documento histórico de matrícula do escravo João Evangelista na Faculdade de Medicina da atual UFRJ, efetuada por Dom João VI, em 12 de março de 1815, que teria sido “a primeira matrícula por cotas na história do Brasil” . Para Amoêdo “a política de cotas foi vítima da ausência de memoria republicana, que legou ao Brasil uma democracia claudicante e não se fez justa nem com negros, nem com os índios, nem com as minorias, principalmente aquelas desprovidas de recursos financeiros” .
Quanto à possibilidade de ex-alunos das universidade públicas ressarcirem os cofres do governo, o vice-presidente executivo do Conselho de Minerva ressaltou não existir no Brasil uma cultura de reciprocidade. No entanto, lembrou que muitos ex-alunos já colaboram de outras formas, principalmente cedendo equipamentos. Para ele tal participação poderia ser ampliada com a doação de livros para as bibliotecas e até mesmo a administração de conferências regulares, por parte de ex-alunos mais antigos. “Em alguns países ser professor-conferencista, mesmo que sem remuneração, na sua universidade é uma elevada honra” frisou.
Amoêdo informou ainda que está desenvolvendo junto aos membros do Conselho de Minerva uma pesquisa de opinião sobre os dois temas objetivando subsidiar as autoridades da área da educação superior.