O projeto “Ativos Ambientais do Estado do Rio de Janeiro – Possibilidades de Reconhecimento do Capital Natural”, coordenado pela professora Aracéli Ferreira, da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), venceu o Prêmio de Inovação em Contabilidade Professor Sérgio de Iudicibus, edição 2025, promovido pelo Instituto dos Contadores do Brasil (ICBR). A solenidade de entrega foi realizada no dia 23/10, em São Paulo. O projeto também foi apresentado na COP 30, em Belém (PA).
A pesquisa está ligada à área de contabilidade ambiental, especialidade que procura registrar a relação das empresas e organizações com o meio ambiente. Dentro dessa perspectiva, busca-se dar valor contábil aos chamados serviços ecossistêmicos, benefícios naturais de manutenção, recuperação ou melhoria das condições ambientais, refletindo diretamente na qualidade de vida das pessoas.
O estudo serviu como base para um decreto que auxilia o governo do estado do Rio de Janeiro na contabilização do patrimônio ambiental. A professora Aracéli Ferreira foi escolhida como pessoa mais inovadora por ser pioneira na Contabilidade Ambiental no Brasil e líder da pesquisa. Já a UFRJ foi reconhecida na categoria pessoa jurídica, exatamente em razão do mesmo projeto, distinguido como o mais inovador pelo prêmio por posicionar a contabilidade brasileira na vanguarda da sustentabilidade.
Segundo a pesquisadora, receber um prêmio de inovação e realizar o estudo em um momento em que o Brasil sedia a COP 30 aumenta ainda mais a responsabilidade na pesquisa, que tende a ser mais ampliada:
“Considerando que a profissão contábil, em geral, é vista como conservadora, um prêmio de inovação já é, por si só, “inovador”. Então, ter recebido esse prêmio de um instituto que congrega profissionais de todo o Brasil foi inesperado e surpreendente. Mas sua importância, não só para mim como para toda a equipe do Laboratório de Modelagem de Sistemas Contábeis da UFRJ que trabalhou nesse projeto, extrapola nossa sala de trabalho. Nosso modelo trata principalmente de ativos florestais e créditos de carbono. Agora estamos impulsionados a verificar as possibilidades de reconhecimentos da biodiversidade e da água”, afirma Aracéli.

O projeto também foi um dos ganhadores do Mutirão de Soluções para a Crise Climática, iniciativa do Brasil Participativo, promovida pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O Mutirão é uma ação coletiva que reconhece e fortalece iniciativas, políticas públicas, projetos e tecnologias sociais que enfrentam a crise climática e promovem justiça socioambiental em todo o Brasil. O projeto foi apresentado no dia 19/11 na COP 30 em Belém, juntamente com as demais soluções vencedoras do Mutirão.

Além de Ferreira, também participaram do projeto os professores Lucas Maragno, Cláudia Cruz e Juliana Queiroz e os então alunos Alann Bartoluzzio, Rayla Dias e Ticiane Santos, ligados ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (PPGCC) da UFRJ.
