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Nanotecnologia e inovação: Coppe desenvolve tinta autolimpante

Projeto de nova geração permite que revestimento de superfícies se limpe sozinho com a ajuda do sol

A equipe do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) está desenvolvendo uma tinta que não apenas colore superfícies, mas que também se higieniza sozinha, sem lavagens e sem manutenção constante. Diferente das formulações comerciais já existentes, que utilizam partículas convencionais de dióxido de titânio (TiO2), essa tecnologia é desenvolvida a partir de nanofios de TiO2, estruturas alongadas e milhares de vezes mais finas que um fio de cabelo. Juntas, elas formam uma rede tridimensional altamente reativa, que aumenta significativamente a absorção de luz solar e, com isso, a eficiência do processo de autolimpeza da tinta.

A inovação não está apenas na fórmula, mas no desempenho. Quando exposta à luz solar, a superfície pintada ativa os nanofios de TiO2, que geram radicais livres responsáveis por decompor quimicamente a sujeira, a fuligem e os poluentes acumulados. Ou seja, o produto não apenas repele impurezas, mas também as elimina quimicamente, mantendo a superfície limpa por muito mais tempo sem que haja alteração de cor e textura.

O diferencial da pesquisa da Coppe está no formato das partículas, já que os nanofios captam mais luz e geram maior quantidade de radicais livres. Outro ponto inédito está no estudo da dosagem ideal desses nanofios, que busca equilibrar funcionalidade e longevidade. “A nanotecnologia confere à tinta propriedades revolucionárias. Estamos falando de resistência aprimorada, maior durabilidade e funcionalidades como autolimpeza, ação antimicrobiana, termorregulação, magnetismo, autorreparo e efeitos ópticos”, explica Felipe Anchieta, doutorando do Programa de Engenharia de Nanotecnologia (PENt) da Coppe.

Atualmente, a equipe está validando o uso da tecnologia em condições reais com testes de longa duração em diferentes ambientes e climas. Além disso, também está sendo desenvolvido um processo viável para produção industrial em larga escala. Caso os resultados sejam confirmados, o novo produto pode representar um salto em sustentabilidade para o setor da construção civil, reduzindo custos com manutenção e gastos de água, bem como diminuindo o uso de produtos químicos.

Com informações da Coppe