Neste domingo, 3/9, a partir das 10h, a Quinta da Boa Vista receberá apresentações artísticas e atividades educativas relacionadas à ciência, cultura e gastronomia. A iniciativa faz parte do Festival Museu Nacional Vive, realizado pelo projeto com o mesmo nome, cujo objetivo é recuperar o Museu Nacional (MN), que pegou fogo em 2018. A edição deste ano convida o público para explorar o acervo biológico da instituição e presenciar o andamento das obras para a retomada das atividades no prédio principal, o Paço de São Cristóvão.
No evento, os visitantes poderão interagir com fósseis, aprender mais sobre os ecossistemas, conhecer os personagens históricos do MN e a cultura do povo Iny Karajá, por meio de uma conversa e da realização de pinturas corporais. Além disso, não faltarão opções de entretenimento: haverá roda de samba com o Grupo Arruda, apresentação da Companhia Folclórica da UFRJ e o Unicirco Marcos Frota. O festival, segundo Alexander Kellner, diretor do Museu, reconecta os laços da Universidade com a sociedade.
“As pessoas sentem falta do Museu Nacional, e nós sentimos muita falta de receber essas pessoas no nosso Palácio, que está em fase de reconstrução. Nossos servidores, pesquisadores e estudantes anseiam por esse amplo contato com o público para apresentar os trabalhos que têm realizado, e esse festival é perfeito para que promovamos a grande festa da ciência do Rio de Janeiro. O momento do luto passou e precisamos celebrar, anualmente, o fato de o Museu Nacional estar vivo”, destaca Kellner.
As obras continuam
Consumidas por um incêndio no dia no dia 2/9/2018, as instalações do MN estão sendo recuperadas por entidades parceiras do Projeto Museu Nacional Vive. A organização, capitaneada pela UFRJ, é integrada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Instituto Cultural Vale. Atualmente, a reforma se concentra nos blocos 2 e 3 do prédio principal.
Nesses espaços, está sendo realizada a proteção dos elementos que sobreviveram ao incêndio e de espaços arqueológicos, além da impermeabilização de lajes para a equipe avançar no reforço estrutural e na restauração das respectivas fachadas. Além disso, o Campus de Pesquisa e Ensino do Museu, de 44 mil m2, está sendo estruturado para receber os laboratórios que ficavam no Palácio de São Cristóvão. A expectativa é de que o local fique pronto em 2024. O local ficará pronto no ano que vem.
Em 2022, a restauração da fachada e da estrutura do bloco 1 do Museu, além de melhorias na Biblioteca Central, como a implementação de um sistema moderno contra incêndio, foram finalizadas. A expectativa de conclusão das obras para a reabertura é 2028.
A reforma é financiada com a ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Bradesco e da Vale e conta com o apoio do Governo Federal e da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O orçamento total estimado do Projeto Museu Nacional Vive é de R$ 445 milhões, mas ainda faltam 40% dos recursos.
Ao longo de todo o dia, o público do Festival poderá se aproximar da fachada principal do Paço de São Cristóvão, inteiramente restaurada, e conferir ainda, no telão do evento, os vídeos do Projeto Museu Nacional Vive, que apresentarão detalhes do processo de restauração em curso.
Confira a programação
Tenda Cultural
11h30: Companhia Folclórica do Rio – UFRJ
13h30: Unicirco Marcos Frota
15h30: roda de samba com o Grupo Arruda
Rodas de conversa
10h: A Coleção Regional do Museu Nacional, com a Dra. Carla Costa Dias
12h30: Povo Iny Karajá da Ilha do Bananal (Tocantins) + Pintura corporal e grafismos
Visitas educativas
O que é um herbário?
Visita ao herbário do Museu Nacional, com jogos e oficinas
Público-alvo: a partir de 5 anos
Horários: 10h, 13h e 17h (duração: 40 minutos)
Local: Horto Botânico
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Feira junta local
10h às 17h30 – Produtores comercializando comida boa, local e justa
Tenda Científica
Atividades educativas promovidas por diferentes setores do Museu Nacional/UFRJ.
Horário: 10h às 16h
A coleção didático-científica da SAE (Seção de Assistência ao Ensino)
Exposição de exemplares de diversos grupos zoológicos.
A fauna de Collembola do Horto Botânico
Um painel revela a fauna encontrada no Horto Botânico do Museu Nacional/UFRJ.
A incrível diversidade dos peixes
Atividades expositivas e interativas, com exemplares preservados e taxidermizados. Apresentação dos princípios de identificação de peixes por meio de sequências genéticas.
ColDigi: Coleções Digitais do Museu Nacional/UFRJ
Descubra como o Museu digitaliza suas coleções. Você terá a oportunidade de escolher uma peça do acervo e fazer a sua própria foto, como se fosse um dos nossos pesquisadores. Além disso, um laptop transmitirá imagens e um vídeo de modelo 3D criados pelo projeto.
Conhecendo a diversidade dos fósseis invertebrados
Exibição de fósseis que revelam a diversidade dos invertebrados.
Conhecendo as estrelas-do-mar e seus parentes
Exemplares vivos e secos de equinodermos estarão expostos ao público.
De volta ao rio Paru
O rio Paru, localizado no Pará, foi cenário da expedição científica de 1952, realizada pelo naturalista Dr. José Cândido de Melo Carvalho (1914-1994) e pelo ornitólogo Fernando da Costa Novaes (1927-2004). O relato dessa excursão constitui até hoje o mais completo documento sobre a vida e os costumes da população local, a caça, a pesca e, sobretudo, a fauna silvestre.
História de Naturalistas do Museu Nacional
A partir de um acervo fotográfico, descubra a história de importantes naturalistas que passaram pelo Museu Nacional/UFRJ.
Livros vivos no Museu
Atores sociais contam sua história, interagindo diretamente com o ouvinte. Venha conversar com Heloísa Bérenger, programadora visual da SGCOM/UFRJ, na apresentação Um livro que conta a história dos livros.
Meninas com Ciência – o projeto
A atividade apresentará o projeto Meninas com Ciência e realizará uma oficina com madeiras.
O Resgate dos Acervos – o Museu que sobreviveu ao fogo
A atividade apresentará o processo de salvamento do acervo após o incêndio, mostrando ao público peças na forma como foram recuperadas, peças que já foram tratadas e limpas, réplicas de peças do acervo e equipamentos utilizados nos trabalhos.
Acesse a programação completa no site do Museu Nacional
Sob supervisão da jornalista Vanessa Almeida