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O que rolou no Festival do Conhecimento?

Evento contou com mais de dez mil inscritos e mais de 700 atividades

Na última semana, a Pró-Reitoria de Extensão (PR-5) da UFRJ realizou a 3ª edição do Festival do Conhecimento, evento que reuniu estudantes, professores, cientistas e artistas para discutir a abertura da produção de conhecimento científico aos saberes ancestrais e às tecnologias sociais e digitais. Com o tema “Do ancestral ao digital”, o Festival teve mais de 700 atividades ao vivo e gravadas, exibidas para mais de 10.660 inscritos no evento. 

Ao longo da semana, mais de 70 oficinas e minicursos deram visibilidade a práticas ancestrais da culinária, medicina e expressões culturais, e dilemas digitais e sociais, como afrofeminilidades, inteligência artificial e desinformação. As equipes de produção, apoio técnico e comunicação do Festival contaram com a contribuição de mais de 500 estudantes extensionistas da UFRJ. 

Neste ano, o Festival também trouxe novidades: um time de embaixadores oficiais formado por ex-alunos, professores e estudantes influenciadores, que apoiaram a divulgação do evento nas redes sociais. Nomes como Milton Cunha, Louise Guima, Cissa Guimarães, Rômulo Neris, Beatriz Andrade, Thiago Signorini, Mychael Lourenço e Luiza Junqueira fizeram parte desse processo de expansão, fazendo com que as pautas discutidas pudessem alcançar um público maior.

Outro destaque foi a Mostra Cine Conhecimento, que exibiu filmes que dialogam com o tema. Entre eles, estava o curta-metragem Cor de Pele, da diretora brasileira Larissa Barbosa, retratando questões que permeiam a vida de mulheres negras, como o machismo e o racismo, mas também a ancestralidade e a força que essas mulheres encontram em sua união. Já o documentário A Bolsa ou a Vida, de Silvio Tendler, questiona: como garantir, no futuro pós-pandemia da covid-19, a vida sem direitos sociais e trabalhistas?

Arte é uma colagem que mistura imagens: ilustração de notas de dólares, fichas de cassino, mulher indígena com criança no colo, pista de carros.
Cartaz do documentário A Bolsa ou A Vida, um dos filmes da Mostra Cine Conhecimento | Arte: Divulgação

Em paralelo, o UFRJ na Música promoveu uma série de concertos presenciais em homenagem aos 174 anos da Escola de Música (EM).  A cantora Marina Iris, a banda Biltre e o DJ Goranmo fizeram o show de abertura no Teatro Arena da UFRJ, no campus Praia Vermelha. Na EM se apresentaram o UFRJazz Ensemble, as Orquestras Sinfônica, de Ukulelês e de Sopros da UFRJ, os pianistas Luca Chiantore e Rafael Ruiz, o Quinteto de Metais do Cerrado, o Coral Infantil, os Professores Técnicos da Escola de Música e o Recital do Curso de Musicoterapia.

Do ancestral ao digital 

Durante a abertura, a reitora Denise Pires de Carvalho reforçou como o tema “Do ancestral ao digital” é, em suas palavras, “palpitante”, pois nos ajuda a avançar no mundo moderno sem abrir mão das nossas origens e da riqueza dos povos tradicionais que formaram o país. Ela defendeu a necessidade de realizar, no início do evento, o ato em defesa das universidades públicas, que contou com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, gestores públicos, artistas, parlamentares e representantes da UFRJ e de outras instituições. 

“As universidades públicas brasileiras precisam ser defendidas com muita força neste momento. E eu tenho certeza de que a sociedade brasileira reconhece a importância das nossas instituições. Nós existimos por conta dos nossos estudantes e do corpo social da Universidade, atendendo sempre às demandas da nossa sociedade”, ressaltou a reitora.   

Para a pró-reitora de Extensão, Ivana Bentes, o tema do festival também está ligado à mudança do perfil dos estudantes da Universidade, celebrando os dez anos da Lei de Cotas. Hoje, com uma população discente mais negra e indígena, existe a necessidade de que essas pautas cheguem também aos docentes para que o saber possa se diversificar, abordando pedagogias de matriz africana, indígenas e latino-americanas.  

“A gente está vendo, cada vez mais, a articulação dos cientistas com esses saberes e é sempre uma alegria fazer o Festival do Conhecimento, porque eu sempre me espanto com o que a gente articula. A gente consegue trazer desde os saberes jurídicos aos saberes da festa, do carnaval. Tudo cabe nesse espectro tão amplo. A Extensão parte justamente disso, da busca pela diversidade, pelo encontro de saberes que ainda não foram institucionalizados,” celebrou Ivana.

Seguindo esse parâmetro, a conferência de abertura teve a presença do pensador indígena e ambientalista Ailton Krenak e pautou o movimento latino-americano e global pelos Direitos da Natureza. Para assistir a programação completa do Festival do Conhecimento − Do ancestral ao digital, acesse o site do evento ou o canal Extensão UFRJ no YouTube.