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R$ 4 milhões do orçamento da UFRJ são desbloqueados

Com o valor, será possível pagar os contratos de vigilância referentes a junho. Reunião na PR-3 firmou acordo com empresas e terceirizados


Foto: Ana Marina Coutinho (Coordcom/UFRJ)

Depois de 15 dias de negociação com o Ministério da Educação (MEC), a Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3) da UFRJ conseguiu o desbloqueio de R$ 4 milhões do seu orçamento. Esse valor será usado para o pagamento de contratos relativos aos serviços de segurança. 475 trabalhadores terceirizados pela empresa Front estão sem receber seus salários há 26 dias e a Universidade tem urgência em resolver a situação.

Nesta terça-feira (24/9), a PR-3 e a Prefeitura Universitária (PU) receberam uma comissão composta por representantes de empresas que prestam o serviço e do Sindicato dos Vigilantes do Rio de Janeiro (Sindvig-Rio). Na conversa, foi acordado que não haverá paralisação dos serviços. Em contrapartida, a UFRJ se comprometeu a fazer o repasse às empresas imediatamente. “A expectativa é que amanhã elas regularizem os salários”, afirmou o titular da PR-3, Eduardo Raupp.

Para Leandro Gonçalves, diretor do Sindvig-Rio, o resultado foi parcialmente satisfatório. “Saímos com a resposta do pró-reitor de que a situação seria regularizada ainda hoje por conta de um valor que estava bloqueado pela União e que foi liberado para pagamento exclusivo das faturas das empresas que prestam serviço de vigilância à Universidade”, comentou. Porém, o próximo mês ainda é uma incógnita. “Temos a previsão de pagamento para até quinta-feira, mas o próximo salário já não tem previsão. Será feita, ainda, uma nova discussão para definir isso”, completou.

Situação dramática

Apesar do desbloqueio de R$ 4 milhões, a UFRJ vive situação orçamentária dramática, com previsão de chegar ao fim de 2019 com déficit de mais de R$ 232 milhões, caso não haja descontingenciamento. Os contratos de serviços estão atrasados desde junho e, com essa liberação do MEC, o pagamento garantido às empresas cobre somente as despesas referentes àquele mês. As faturas de julho, agosto e setembro estão em aberto e as empresas alegam que não têm caixa para arcar com as folhas de pagamento dos trabalhadores diante dos atrasos. Os contratos definem que os serviços devem ser mantidos, ainda que a Universidade deixe de pagar em dia, no limite de três meses.

As negociações entre empresas, trabalhadores e UFRJ seguem. Na próxima semana, o grupo se reunirá para estudar formas de viabilizar o pagamento às empresas, sem prejudicar os serviços. A UFRJ tem apostado na manutenção das atividades terceirizadas sem redução de postos de trabalho.

Para a categoria, a situação não é fácil, mas há disposição para reivindicar e negociar. “Também temos os nossos direitos”, afirmou o vigilante Dilson Guedes. “Estou aqui fazendo a minha parte como cidadão e como funcionário”, acrescentou Paulo Porfírio, também vigilante. Ambos acompanharam a reunião desta terça-feira. O prefeito da Universidade, Marcos Maldonado, mostrou-se sensibilizado com a situação. “Estamos solidários com os vigilantes. A gente não quer ver ninguém com fome, sendo despejado, com luz cortada. Isso abala todos nós. É um momento difícil que estamos tentando contornar”, concluiu.