O jornal O Globo publicou na quinta-feira (27/7) diversas informações completamente infundadas sobre a situação orçamentária da UFRJ. A coluna Poder em Jogo afirma que a Universidade possui deficit acumulado de R$ 230 milhões e pouco tem feito para reduzir despesas. No texto, a jornalista Lydia Medeiros, que não consultou a Universidade, critica o aumento da conta de energia elétrica nos últimos três anos, sem contextualizar que, em 2015, o tarifaço elevou a conta da UFRJ, mesmo sem alteração no consumo.
Cabe-nos esclarecer à sociedade e em especial à comunidade universitária que:
– A situação orçamentária da UFRJ é crítica, conforme temos divulgado amplamente à comunidade universitária por meio de nossos canais institucionais. Entretanto, o jornal informa um valor que corresponde ao dobro do atual deficit, que é da ordem de R$ 115 milhões.
Em 2014, ao final do exercício, perdemos R$ 70,3 milhões por contingenciamento aplicado pelo governo federal e, em 2015, R$ 46,5 milhões. Além desse contingenciamento em 2015, sofremos um aumento na despesa de energia, que consumiu mais de R$ 20 milhões, sem nenhum aumento de consumo, apenas como resultado do aumento da tarifa. Mesmo assim, a UFRJ não recebeu suplementação orçamentária para, ao menos, diminuir o impacto dessa despesa. Para concluir, em 2016 ocorreu outro contingenciamento, que ultrapassou a casa dos R$ 41 milhões.
– Nao é verdade que a Universidade tem feito pouco para enfrentar o quadro deficitário do orçamento. Nos últimos três anos, o quadro de pessoal terceirizado foi reduzido à metade, e a Reitoria se dedicou à revisão de inúmeros contratos com permissionários, entre outras ações, das quais se destaca a elevação dos recursos extraorçamentários, por meio de emendas parlamentares, resultado de grande esforço da gestão.
– Em relação às despesas com energia elétrica, também é notória e pública a campanha Essa Conta é de Todos, cuja meta é reduzir em 25% as despesas. Para isso, enorme empenho tem sido feito entre gestores administrativos da Universidade, visando a uma mudança de cultura institucional – apenas para citar uma das ações.
Nos últimos anos, a UFRJ vem sofrendo cortes crescentes, significativos e rigorosos, em seu orçamento, os quais comprometem sua capacidade de funcionamento e suas possibilidades de oferecer o melhor acolhimento aos alunos que chegam à Universidade pelas novas vagas geradas no processo de expansão e pelas cotas criadas para democratizar o acesso e a garantia das ações afirmativas.
Assim, repelimos e abominamos o uso do nome da UFRJ valendo-se de números colhidos em fontes não declaradas, utilizados para sustentar a tese de que o problema das Universidades é sua autonomia gerencial.
A UFRJ é uma instituição pública e gratuita, pautada pela qualidade e pela gestão democrática, com decisivo compromisso com o povo brasileiro, autônoma por gênese e essência. Para estar na base de um país que tenha projeto de ser nação, porto seguro para a formação dos melhores quadros do país, a Universidade não pode ser responsabilizada pelos cortes e contingenciamentos sofridos sucessivamente. A UFRJ precisa de recursos em sua integridade para cumprir seu papel constitucional e manter sua estrutura de excelência no ensino, pesquisa, extensão, complexo hospitalar, arte e cultura.
Reitoria da UFRJ