A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugurou nesta sexta (12/5) o primeiro espectrômetro de ressonância magnética nuclear (RMN) de 900MHz da América Latina. O equipamento poderá reduzir pela metade os processos que duravam até um ano, nas pesquisas sobre câncer, Alzheimer e Parkinson, entre outras doenças, além de permitir pesquisas inéditas sobre esses temas.
O espectrômetro também qualificará os estudos sobre dengue, zika, febre amarela e chicungunha, beneficiando uma rede de aproximadamente 400 pesquisadores do Brasil e América Latina. Antes, era necessário ir à Europa ou aos EUA para usar a tecnologia.
Organizado pelo Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio-UFRJ) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem (Inbeb), o evento aconteceu pela manhã, no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ.
O diretor do Cenabio, professor Adalberto Vieyra, falou das iniciativas do Centro em quase duas décadas de atuação. “A palavra mais proeminente hoje em pesquisa é inovação. Nós acreditamos na pesquisa básica, na pesquisa fundamental”, disse.
“Que as fundações de apoio à pesquisa possam trazer linhas de investimentos, para que o Cenabio continue na perspectiva de incorporar novas tecnologias, promovendo o desenvolvimento acadêmico da nossa universidade”, disse Denise Nascimento, vice-reitora da UFRJ. Ela também destacou as novas perspectivas de avanços na prevenção e tratamento de doenças como dengue e chicungunha.
O evento contou com homenagens ao professor Mario Alberto Cardoso da Silva Neto, que faleceu na quinta-feira (11/5), e que partipou ativamente do projeto.
Também participaram da mesa de abertura (foto) Mark Chaykovsky, representante da Bruker, fabricante do equipamento, Andrew Macrae, coordenador de assuntos internacionais do CCS e Jerson Lima, professor do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ e diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
Pesando cerca de cinco toneladas, o equipamento foi adquirido com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTIC), com contrapartidas da UFRJ e do Inbeb.
Técnica permite estudo de moléculas em condições próximas às fisiológicas
Amplamente usada na área de Biologia, Química, Física e Medicina, a espectrometria de ressonância magnética nuclear possibilita a determinação da estrutura de moléculas em solução, desde metabólitos a moléculas maiores, como proteínas, carboidratos e ácidos nucleicos.
O novo espectrômetro, por possuir campo magnético mais forte que os demais em funcionamento no Centro, permite a obtenção de um espectro mais delimitado de estruturas moleculares e, consequentemente, a visualização e interpretação de estruturas mais complexas.
A técnica, que permite o estudo de moléculas em condições próximas às fisiológicas, rendeu um Nobel em Química (2002) ao professor Kurt Wüthrich, pesquisador visitante especial da UFRJ e do Inbeb, e possibilita melhor compreensão das funções e atividades de macromoléculas, assim como o entendimento de patologias e possível desenvolvimento de terapias.
Com informações da Assessoria de Comunicação do Inbeb