A UFRJ e a Fundação Oswaldo Cruz lançaram, na quarta-feira (5/4), um acordo de cooperação técnica inédito na história das instituições. A parceria aprimorará as ações já realizadas em conjunto e promoverá novas oportunidades por meio de eixos temáticos que englobam preservação do patrimônio, divulgação científica, inovação e o cenário científico e tecnológico da cidade do Rio de Janeiro, entre outros.
Com projetos já consolidados, como a colaboração entre o Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ e a Bio-Manguinhos, as instituições não apenas intensificaram as contribuições na área da saúde, como também geraram uma economia de aproximadamente 180 milhões de dólares para o país entre 2010 e 2016. O Kit NAT, desenvolvido pelas instituições, é o primeiro kit automatizado de biologia molecular para serviços de saúde do país. Empregado hoje em 14 hemocentros brasileiros, a ferramenta promove a testagem de HIV e hepatite A e B e passará a testar dengue, zika e malária.
Durante a coletiva de imprensa, o reitor da UFRJ, Roberto Leher, afirmou que, em um momento de dificuldades nas áreas da saúde e tecnologia, é necessário que as instituições se aliem para cumprir suas funções como patrimônio público. “Não podemos sucumbir. Muito pelo contrário: nosso trabalho tem um impacto direto para a população.”
Dentre os destaques do acordo, está a articulação entre o complexo de nove hospitais da UFRJ e a rede da Fiocruz, a fim de estimular a troca de informações e o desenvolvimento científico. Leher ressaltou a importância da complementaridade na conjunção da pesquisa básica com a clínica. “A articulação desses dois setores é fundamental para a pesquisa. Na UFRJ temos uma maternidade, um hospital específico para crianças, além das outras unidades, que podem auxiliar, por exemplo, na pesquisa sobre a Zika. A integração entre nosso sistema e a Fiocruz permite mais ações em conjunto.”
O plano de cooperação envolverá também todos os níveis de ensino, incluindo graduação, pós-graduação, além de projetos de educação básica ampliados para a região da Maré e Manguinhos. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, enfatizou que é intrínseco às instituições fortalecer esses vínculos e reafirmar as ações de pesquisa. Segundo ela, a instituição encontra-se em dez estados espalhados por todas as regiões do país, o que pode ampliar o alcance das pesquisas. “Nós somos orientados pelo papel da tecnologia, da educação e da saúde, com vistas ao desenvolvimento do país. Compartilhamos princípios particularmente no momento em que seguimos garantindo nossos valores públicos. As políticas públicas que resultam na evolução para a sociedade não podem ser vistas como gastos, mas sim como investimentos.”