A Administração Central da UFRJ anunciou ontem, 14/3, uma série de medidas que possibilitem a volta às aulas das unidades acadêmicas afetadas pelo incêndio e melhorem o processo de reforma e reocupação do prédio Jorge Moreira Machado (JMM), onde funcionam cursos de graduação, pós-graduação e atividades da Reitoria. Os informes vieram do reitor Roberto Leher, em reunião com a comunidade acadêmica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Escola de Belas Artes (EBA) e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur).
De acordo com Leher, a Reitoria considera positiva a instalação de um gabinete de crise que articule as iniciativas das unidades o escritório de planejamento e manutenção do edifício, que será aberto à participação de estudantes, das administrações do Museu D. João VI e da biblioteca da FAU.
O reitor informou que o site www.ufrj.br/eplam-jmm já está no ar, reunindo laudos, informações e serviços relacionados ao prédio, e afirmou que a Reitoria seguirá registrando em atas as reuniões como a dessa terça-feira. A sistematização de informações sobre o prédio, aulas, reuniões e prazos foi uma demanda apresentada por diversos estudantes e docentes.
Dois outros encaminhamentos foram anunciados por Leher. Em relação a recursos financeiros, a Reitoria buscará antecipar a liberação de orçamento participativo das unidades acadêmicas que atuam no prédio. Já em relação à “projeção futura”, o reitor afirmou que a ampla participação do corpo social da EBA, FAU e Ippur é fundamental.
Com mediação da vice-reitora, Denise Nascimento, a reunião lotou o auditório Samira Mesquita, no térreo do prédio, e contou com os diretores Pedro Novais (Ippur), Carlos Terra (EBA) e Mauro Santos (FAU). Também participaram do evento a decana do Centro de Letras e Artes (CLA), Flora de Paoli; o prefeito da UFRJ, Paulo Mario Ripper; e o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3), Roberto Gambine.
Retorno das aulas
Por decisão das respectivas unidades, EBA e FAU estão com aulas da graduação suspensas temporariamente. Leher informou que a Reitoria respeita a decisão das congregações e que a data de retorno deve ser estabelecida por estes colegiados acadêmicos. As direções das unidades se comprometeram a informar em tempo hábil o calendário de retomada de atividades, condicionado pelas obras de adequação no edifício.
Reivindicações da comunidade
Os informes sobre prazos e melhor comunicação foram algumas das demandas apresentadas por estudantes e professores. Também foram cobradas informações sobre a situação da biblioteca da FAU, condições de trabalho e estudo no Bloco D do prédio (nos fundos da edificação), entre outras.
Em respostas às críticas sobre a inexistência de um gabinete de crise, Pedro Novais se manifestou, dizendo que “o gabinete de fato aconteceu”. “Nos reunimos praticamente todos os dias”, afirmou, lembrando a atuação junto à Reitoria e às outras unidades desde o incêndio no prédio, em outubro passado. Mauro Santos considerou a reunião fundamental para a comunidade e informou que cinco professores especialistas da FAU colaboraram com o Escritório Técnico da Universidade (ETU) no processo de adequação e recuperação de espaços.
A Prefeitura da UFRJ prepara a entrega do 4º andar do prédio e atualmente realiza ajustes hidráulicos e elétricos, principais áreas afetadas após o comprometimento da subestação e da caixa d’água no topo do edifício. Uma das estudantes demonstrou preocupação com a situação dos trabalhadores terceirizados, em especial os da segurança. De acordo com Gambine, nenhum contrato de execução de serviços apresenta irregularidades contratuais de pagamento. Segundo o pró-reitor, a PR-3 pretende disponibilizar relatórios bimensais, ao longo deste ano, para que a comunidade acompanhe com maior detalhamento a execução financeira da UFRJ.
fotos: Diogo Vasconcellos – CoordCOM/UFRJ