O IV Encontro Nacional de Acessibilidade Cultural (Enac) teve início na quinta-feira (1/9). A roda de conversa que abriu o evento apresentou o fórum permanente UFRJ Acessível e Inclusiva, que ampliará a acessibilidade em projetos e obras, assuntos acadêmicos e legislação na Universidade. A Reitoria anunciou que pretende implantar, através do Escritório Técnico da Universidade (ETU), o design universal em todos os prédios e instalações, para atender às pessoas com diferentes formas de deficiência.
Além da apresentação do Fórum, a roda de conversa que abriu o evento debateu questões como os diversos desafios em acessibilidade cultural. As formas de superar a invisibilidade social da pessoa com deficiência e a adaptação de softwares para as diferentes regiões do país, também estiveram em pauta, bem como a inclusão de disciplinas sobre acessibilidade em todos os cursos de graduação.
A jornalista Lucília Machado, coordenadora do Projeto Sensibiliza UFF, foi convidada a contar sua experiência à frente do projeto e como portadora de deficiência física. “Descobri que várias cidades não tem rampa, nem banheiro adaptado, e descobri também que acessibilidade não é só rampa e banheiro adaptado. É muito mais, é ter acessibilidade atitudinal. É você educar contra o preconceito”, comentou.
Para Agnaldo Fernandes, chefe do Gabinete do Reitor, um dos primeiros desafios do fórum permanente UFRJ Acessível e Inclusiva será fazer com que a Universidade tenha conhecimento sobre as ações de acessibilidade que já existem na UFRJ. “Nosso papel é integrar. A nossa universidade tem uma cultura da fragmentação. Temos relatos de diversas experiências de ponta e históricas e, há vinte anos, um núcleo que é referência. Infelizmente, a UFRJ não é acessível. Apesar de todas essas experiências. Eu fico extremamente emocionado e orgulhoso disso acontecer na UFRJ. Mas, a UFRJ não sabe que isso acontece. E esse é o nosso primeiro desafio.”
O fórum será lançado formalmente, no dia 20/9, pelo reitor Roberto Leher. Além das questões sobre acessibilidade arquitetônica, o objetivo é ampliar a presença do tema no cotidiano da Universidade, por meio de um calendário anual de ações. Jean Cristophe Houzel, do programa ReAbilitArte da UFRJ, falou sobre a criação de um aplicativo que permita identificar os recursos acessíveis na Universidade. O pesquisador anunciou que um mapeamento do grau de acessibilidade nas vias da UFRJ está em fase de andamento. Os dados contribuirão para realizar melhorias nos campi.
Sobre o Enac
O IV Enac tem como objetivo divulgar e aproximar experiências, iniciativas, parceiros e instituições que atuem em prol da cultura acessível, bem como promover reflexão sobre a cidadania cultural da pessoa com deficiência e fomentar intercâmbios e redes.
O evento tem como público-alvo principal os produtores, realizadores e gestores públicos da área cultural. Mas educadores, familiares e profissionais das demais áreas também encontrarão uma grande oportunidade para conhecerem melhor as experiências e desafios para a promoção de uma cidade inclusiva.
Acesse a programação em https://enacufrj.wordpress.com.