Em relação à chamada Ocupação do Ocupa MinC em instalação da UFRJ, localizada na área do antigo Canecão, a Reitoria:
– manifesta preocupação com o uso de um espaço que, ao contrário do que vem sendo divulgado, não se encontra abandonado, mas interditado por falta de segurança estrutural e que já possui projeto de reforma em andamento. A área não pode servir de espaço para nenhuma atividade com a presença de público, linha de ação que atende à responsabilidade direta da instituição com a segurança de todxs que se encontram na edificação;
– lastima a associação entre a marca “Canecão” e a UFRJ (“O Canecão é nosso…”). A atividade mercantil existente até a reintegração da posse da edificação pela Universidade não deveria servir de imagem para um espaço público universitário;
– expressa surpresa com a associação da imagem institucional da UFRJ a um movimento originado em protesto contra a extinção do MinC. A Universidade se manifestou publicamente em defesa da manutenção dos ministérios sociais, como o de Ciência, Tecnologia e Inovação, em prol do Estado democrático de direito, dos princípios constitucionais que devem fundamentá-lo e das causas públicas republicanas. A instituição tem se manifestado veementemente contra o uso da força policial no encaminhamento dos problemas sociais;
– demonstra preocupação com a desconsideração de que a UFRJ sempre abriu seus espaços acadêmicos para a realização de debates, seminários, atos sobre os grandes problemas sociais, garantindo, com isso, o pluralismo acadêmico e a liberdade de pensamento, fundamentos do agir universitário. Ao promover a ocupação, o movimento desconsiderou a forma democrática da livre expressão garantida pela Universidade em conformidade com as conquistas democráticas da Constituição;
– reafirma a não associação a movimentos partidários e a contendas políticas, conforme a agenda do Ocupa Minc, como espaço autônomo diante de governos, credos religiosos e interesses particularistas. O uso de espaço institucional para fins particulares colide com os fundamentos da autonomia universitária e, por isso, a Reitoria insta os ocupantes a reavaliar o ato político de ocupação de espaço da UFRJ, por meio do diálogo verdadeiro que deve balizar a vida universitária.
Rio de Janeiro, 2 de agosto de 2016
Reitoria da UFRJ