Considerado um dos maiores economistas da história brasileira, Celso Furtado escreveu mais de 30 obras e foi responsável por elaborar conceitos importantes no âmbito da economia, como desenvolvimento e subdesenvolvimento.
Nos anos 50, tornou-se ministro do Planejamento de João Goulart e definiu como seriam executadas as chamadas reformas de base, interrompidas pelo golpe militar de 1964. Doutor em economia pela Universidade de Paris-Sorbonne, lecionou por vinte anos Economia do Desenvolvimento no exterior.
Para homenagear o economista, Rosa Freire d’Aguiar organizou e apresentou o livro Celso Furtado e a dimensão cultural do desenvolvimento, que sintetiza as ideias centrais do autor. Segundo D’Aguiar, o livro foi dividido em quatro eixos temáticos: trajetória, pensamento econômico, pensamento político e cultura, ciência e economistas.
Outro integrante da mesa de debate, Carlos Brandão – professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur−UFRJ) e coordenador do Observatório Celso Furtado para o Desenvolvimento Regional – afirmou estar ansioso com a repercussão do livro e incentivou os jovens a terem coragem e imaginação na vida, tema presente na obra de Furtado.
Além disso, Roberto Saturnino Braga, diretor-presidente do Centro Internacional Celso Furtado, também participou do evento. De acordo com Braga, o ex-ministro só não ganhou o Prêmio Nobel de Economia por preconceito internacional. “Naquela época, existia a visão de que o Brasil não produzia nada de relevante em termos científicos e de arte. Com o tempo, esse preconceito foi desconstruído”, explicou.
Braga ainda ressaltou o fato de o pensador estabelecer uma conexão entre desenvolvimento e cultura, cuja importância é essencial para a criação de um olhar crítico.