O Laboratório de Controle de Dopagem (Labdop) foi criado em 1989, quando a “Copa América” se realizou no Brasil. No mesmo período, o Ministério da Agricultura procurou o laboratório para que fosse feito o controle da carne brasileira, porque a exportação para a Europa havia sido bloqueada. “Apesar de nunca termos feito isso, achamos que seria viável enfrentar esse desafio”, relembra Francisco Radler de Aquino Neto, professor do Instituto de Química (IQ) e chefe do Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) do IQ da UFRJ, do qual o Labdop faz parte.
Contudo, apesar do êxito na realização dos exames para a “Copa América”, o Comitê Olímpico Internacional (COI) credenciou o laboratório somente em 2002. Assim, o laboratório foi se capacitando e realizando os testes de controle de dopagem. Porém, em 2004, quando a Agência Mundial de Antidopagem (Wada, em inglês) assumiu a acreditação dos laboratórios, o Labdop precisou dar um salto de competência, sem mesmo contar com recursos. “Foi um susto, quase fechamos. Mas fomos relativamente salvos pelo ‘Pan-Americano’ de 2007. Na questão de sustentabilidade, ficamos quebrados e sem conseguir conscientizar os setores esportivos de que essa atividade era de fato deficitária”, revela Radler.
Em 2009, a Secretaria Executiva de Alto Rendimento do Ministério dos Esportes se reuniu com o reitor, professor Aloisio Teixeira, e, na pauta, estava a solicitação de uma avaliação, feita pela universidade, do custo do laboratório. E quem ficou com essa tarefa foi o Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração (Coppead). “Agora não é mais o professor Radler quem diz, mas sim a Coppead que, com toda a sua competência, diz ser necessário um investimento na ordem de 1 milhão e 300 mil reais. E até hoje foi a universidade que assumiu todo o déficit e ficou com o desafio da análise de controle e dopagem, o que aumentaria a visibilidade para a UFRJ”, comenta o professor do IQ.
Novo prédio
Atualmente, o Instituto de Química ocupa uma área de 16 mil metros quadrados no bloco A do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ. Com a expansão do Ladetec e, consequentemente, do Labdop, se faz necessária a melhoria de suas instalações. Para isso, o Escritório Técnico da Universidade (ETU) vem elaborando um projeto para construir o Polo de Química em área próxima ao novo prédio do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras, passando a ocupar cerca de 60 mil metros quadrados de construção.
De acordo com Alexandre Martins, diretor de projetos do ETU, todas as unidades do IQ, além de setores relacionados à Química, serão transferidas aos poucos para o novo prédio. Porém, apenas as do Ladetec têm prazo para ficar prontas: final de 2013. “Imaginamos a construção de edifícios em blocos, com todos os requisitos de funcionalidade e segurança, para abrigar essas atividades. Estamos correndo contra o tempo”, revela o chefe do Ladetec.
Para Márcio Escobar, engenheiro e diretor do ETU, esse é o grande desafio para o escritório. “Como em todas as obras para esses eventos, como o Maracanã, por exemplo, estamos com o prazo bem justo. Traçamos algumas estratégias para tentar vencê-los e atender às expectativas do Ministério dos Esportes. Vai ser um marco para o ETU, pelo desafio de se construir o Labdop e mantê-lo aqui na universidade”, aposta o engenheiro.