A “Semana Global do Empreendedorismo” é um evento que está acontecendo no mundo todo e conta, no Rio de Janeiro, com a parceria da Agência UFRJ de Inovação. Para promovê-lo, foi organizado o “Fazendo Arte”, no campus da Praia Vermelha, com o objetivo de reunir realizadores para debater experiências com gestão cultural. Com mediação de Isabel Azevedo, da Casa da Ciência da UFRJ, a mesa "Desafios na Gestão Cultural" deu início ao encontro, no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), na última quarta-feira (16/11).
Presentes à mesa de debates, lá estiveram Beatriz Resende (Editora da UFRJ), Leo Feijó (Rio Criativo e Grupo Matriz), Cícero de Almeida (Instituto Brasileiro de Museus e UFRJ) e Elsa Costa (Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação).
Segundo Leo Feijó, o projeto Rio Criativo é uma iniciativa do governo do estado do Rio para a promoção da economia criativa. Vinte e um empreendimentos são selecionados pelo projeto e monitorados durante 18 meses. A esses empreendimentos são oferecidos atendimentos de consultoria, ferramentas e qualificação para que suas iniciativas culturais avancem. Para Feijó, deve-se acabar com a ideia de que captar recursos para a cultura é difícil. “Nossa intenção é mostrar que o negócio cultural é lucrativo”, disse.
Elsa Costa ressaltou que o bem imaterial da cultura é inesgotável e deve ser melhor trabalhado: “Quanto mais você investe em cultura, mais ela te dá de volta”. Porém, para a palestrante, profissionais qualificados para gerir grandes eventos culturais, como Copa do Mundo e Olimpíadas, estão em falta. “Antes, esses profissionais trabalhavam dia sim, dia não. Hoje, não estão dando conta da grande demanda de eventos no Brasil”, considerou.
Beatriz Resende pontuou o papel fundamental da universidade no debate cultural do país. Ao criticar a falta de verbas para as áreas das humanidades, disse estar otimista com algumas mudanças. “Saia justa dos órgãos financiadores é ainda o despreparo para olhar as humanidades e artes”, opinou Beatriz, que revelou também ser muito barato o financiamento do estudo nessa área em relação à de ciência e tecnologia.
Já Cícero de Almeida complementou o debate afirmando que o museu é, hoje, um grande centro cultural, não apenas restrito aos “iniciados” intelectuais, os quais considera estratégicos no desenvolvimento da cidade, como no caso da construção do Museu do Amanhã, na Zona Portuária do Rio.