O auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, sediou, nesta segunda (31/10), a 71ª reunião da Plenária de Decanos e Diretores. A sessão foi presidida pelo reitor da UFRJ, Carlos Levi, e contou ainda com a presença do vice-reitor, Antônio Ledo; do decano do CFCH, Marcelo Macedo Corrêa e Castro; além de pró-reitores, diretores de unidades e do prefeito da UFRJ.
A sessão teve início com a apresentação da Faculdade de Educação (FE) da UFRJ, através de sua diretora, Ana Maria Monteiro, recém-reeleita para o cargo. A docente apresentou números recentes, como a contratação de novos professores pela unidade, que passa a contar com 120 profissionais em seu quadro efetivo. Além disso, a FE ampliou seu contingente de funcionários técnico-administrativos para 42, sendo sete técnicos em assuntos educacionais. O número de alunos também subiu para cerca de 1400, resultado da expansão do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Ana Maria também falou sobre o acervo histórico da unidade, atingida pelo incêndio do Palácio Universitário da Praia Vermelha, em março último. Segundo a diretora da FE, alguns documentos foram molhados no processo de extinção do fogo e agora passam por um processo de restauração. Ainda de acordo com a docente, a unidade analisa as propostas de transferência para a Cidade Universitária. “Nossa preocupação maior é não ficar em instalações provisórias ou improvisadas”, afirmou.
Nides
O segundo ponto de pauta do dia foi a apresentação do Núcleo Interdisciplinar para Desenvolvimento Social (Nides), vinculado ao Centro de Tecnologia (CT), pelo decano Walter Suemitsu. A proposta de criação do núcleo deve ir à votação no Conselho Universitário (Consuni) pela terceira vez. Nas duas primeiras, o projeto não foi votado por falta de quórum qualificado.
A origem do Nides remete ao ano de 1994, quando da constituição do Projeto Minerva. Entre os objetivos estão a realização de pesquisas e o desenvolvimento de soluções de tecnologia para diferentes setores, com ênfase na população carente. As linhas de atuação são Energias Sustentáveis, Tecnologia da Informação para fins sociais, Gestão Compartilhada para recursos naturais, Politecnia, Segurança Alimentar, Redes e Cadeias Produtivas Solidárias e Ciência e Cultura do Mar. O Nides prevê ainda a descentralização de suas atividades em cidades como Angra dos Reis, Arraial do Cabo, Búzios, Cabo Frio, Macaé e Paraty.
Walter Suemitsu enfatizou o apoio dado à formação de profissionais de Ensino Médio e técnico. Além disso, o decano do CT ressaltou o caráter interdisciplinar dos 23 programas ou projetos, como o Papesca e o UFRJ Mar, desenvolvidos pelos 13 professores de diversas unidades, 18 servidores técnico-administrativos, 127 pesquisadores, 49 graduandos e quatro professores de outras universidades. Os mais de cem artigos publicados em revistas especializadas comprovam o resultado do trabalho do núcleo.
Alguns diretores presentes à plenária questionaram a relevância da criação do Nides. Cássia Turci, diretora do Instituto de Química (IQ) indagou se os projetos desenvolvidos não poderiam ser abrigados pela Pró-reitoria de Extensão (PR-5). Diante das manifestações em contrário, o reitor Carlos Levi afirmou: “Feliz é a universidade que tem esta iniciativa. Espero que o debate de ideias não nos impeça de avançar em mais uma proposta inovadora como esta”.
Praia Vermelha
Como último ponto de pauta da reunião, o prefeito Ivan do Carmo informou as intervenções pelas quais o campus da Praia Vermelha passará. De acordo com ele, as obras no Palácio Universitário terão início no próximo dia 7, com previsão de duração de, no mínimo, um ano e meio. Carmo acrescentou que as reformas na ala oeste do Palácio “afetarão todo o campus”. Como exemplo, o prefeito citou as mudanças no estacionamento, que terá suas vagas reduzidas de 460 para cerca de 340. “Estamos tentando organizar as obras sem interditar por completo o campus, mantendo, na medida do possível, o conforto e a segurança”, disse o prefeito. “É inevitável que, no início do próximo ano, tenhamos que impedir o acesso de alunos às vagas”, completou Carmo.
Entre as sugestões dos diretores presentes está a criação de um sistema de “carona on-line”, proposto por Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ. Já Frederico Rocha, diretor do Instituto de Economia (IE) da UFRJ, sugeriu que as vagas sejam mantidas apenas para docentes e técnicos-administrativos, ou que se passe a cobrar pelo estacionamento aos veículos não credenciados. “A ocupação do espaço do campus não pode ser aleatória”, concluiu o diretor do IE.