O Programa de Engenharia Biomédica (PEB) da Coppe-UFRJ, coordenado pelo professor Jurandir Nadal, está completando 40 anos em 2011. Como comemoração, foi realizada, nessa sexta-feira (23/9), uma programação com palestras sobre a história do curso e o avanço das pesquisas desde a sua criação.
Em sua palestra “O que dizem seus ex-alunos e ex-docentes?”, o professor Eduardo Tavares Costa apresentou depoimentos de colegas sobre como foi possível desenvolver o PEB numa época em que não se dava a devida importância a essa área. Docente do Centro de Engenharia Biomédica (CEB) da Unicamp e presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB), Costa explicou que devido à época do chamado milagre econômico brasileiro, “houve esforços para repatriar cientistas brasileiros que estavam no exterior”.
Citando um aluno da primeira turma de mestrado da PEB, Ronney Panerai, o presidente da SBEB disse que, na época, muitos consideravam o curso da Coppe-UFRJ como “o melhor do mundo”. Panerai, que também foi docente do programa, afirmava que o sucesso era reconhecido devido ao caráter “inovador” para a época.
O PEB foi criado em 1971, tornando a UFRJ a primeira universidade a criar um curso de Engenharia Biomédica no Brasil. Mantendo o status de excelência, em 2007 conquistou o conceito máximo na avaliação que a Capes faz dos cursos de pós-graduação no Brasil. É o único em Engenharia Biomédica a receber o conceito 7.
Segundo a professora Rosimary Almeida, especialista em Avaliação de Tecnologias em Saúde, o sucesso do PEB-Coppe se deve à “convicção das pessoas que começaram tudo isso, e também à paixão delas pelo projeto”.
A importância da Engenharia Biomédica no cenário brasileiro
Para a professora Rosimary, o entendimento do funcionamento real na área de Engenharia Biomédica ajuda a otimizar os recursos e a gestão do sistema de saúde.
Atualmente, um dos grupos de pesquisa principais na EB é o de desenvolvimento de instrumentos médico-cirúrgicos. “Denominada de Instrumentos Biomédicos, é uma das áreas mais tradicionais de pesquisa. Atualmente, vem despontando para a reabilitação de atletas e pessoas com problemas motores”, explicou a pesquisadora.
Outra pesquisa que vem se destacando é a de modelos matemáticos que permitem entender e prever surtos de doenças infectocontagiosas, como a dengue e a malária. Segundo a professora Rosimary, “a utilização desses trabalhos é importante nas decisões políticas de alocação de recursos”.
“Gostaríamos que a área de Engenharia Biomédica fosse mais conhecida no Brasil, que mais pessoas se interessassem pelo trabalho que a gente faz e se juntassem a nós”, conclui a especialista.