O II Fórum de Interface entre Cultura e Saúde Mental teve seu início nessa quinta-feira (11/08) no Auditório Leme Lopes do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB – UFRJ). O evento reúne atividades que ligam saúde mental, cinema, literatura, teatro e artes plásticas.
A conferência de abertura ficou por conta de José Otávio Pompeu, terapeuta ocupacional e professor da UFRJ. Pompeu desenvolveu sua fala a respeito de Nise da Silveira, uma personalidade relevante para a medicina na medida em que inicia o processo de interseção cultural e artística com a área da saúde mental.
Nascida em Maceió no dia 15 de fevereiro de 1905 Nise iniciou seus estudos cedo. “Sua família foi de fundamental importância para sua formação cultural. Em sua casa não havia os limites que a sociedade da época apresentava”, completa o professor. Tal dedicação ao conhecimento e perseverança em se estabelecer em um mundo predominantemente masculino fizeram de Nise da Silveira uma médica psiquiátrica de extrema excelência.
O tema da doença mental foi retratado também com a exibição do filme Dá para fazer (si puo fare) de Giulio Manfredonia no qual são evidentes os estereótipos e as limitações que a sociedade impõe aos doentes mentais, de forma que sua condição se agrava em vez de uma possível melhora. A obra retrata de forma interessante como uma oportunidade de mudança pode se refletir tão positivamente para tais indivíduos inserindo-os em um contexto de vivência que anteriormente não os pertencia por estarem à margem e não serem aceitos como aptos a realizar serviços eficientes.
O fórum caracteriza-se como um espaço de aprendizado e trocas de conhecimentos, as atividades realizadas integram os participantes no universo da saúde mental e contribuem para a compreensão do mesmo, através principalmente da prática da alteridade.