Representantes da Universidade de Tsinghua e da Coppe/UFRJ debateram na manhã desta quinta-feira, dia 28, as metas da China e do Brasil para a redução da emissão de carbono e os caminhos para desenvolver uma economia verde. O encontro integrou a programação de seminários que foram realizados na Coppe nos dias 27 e 28 de julho, e que discutiram oportunidades de cooperação entre os dois países na área de mudanças climáticas.

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Memória

Seminário debate caminhos para uma economia

Representantes da Universidade de Tsinghua e da Coppe/UFRJ debateram na manhã desta quinta-feira, dia 28, as metas da China e do Brasil para a redução da emissão de carbono e os caminhos para desenvolver uma economia verde. O encontro integrou a programação de seminários que foram realizados na Coppe nos dias 27 e 28 de julho, e que discutiram oportunidades de cooperação entre os dois países na área de mudanças climáticas.

Representantes da Universidade de Tsinghua e da Coppe/UFRJ debateram na manhã desta quinta-feira, dia 28, as metas da China e do Brasil para a redução da emissão de carbono e os caminhos para desenvolver uma economia verde. O encontro integrou a programação de seminários que foram realizados na Coppe nos dias 27 e 28 de julho, e que discutiram oportunidades de cooperação entre os dois países na área de mudanças climáticas.

Os especialistas Zhou Jian e Chai Qimin representaram a universidade chinesa. Zhou Jian destacou o papel dos países emergentes – grupo no qual China e Brasil fazem parte – na formulação de metas para a redução do carbono. A China prevê reduzir entre 40 e 45% e o Brasil entre 36,1 e 38,9% a emissão do gás até 2020. O especialista lembrou que os países em desenvolvimento, em especial os Brics, apresentaram promessas mais fortes em relação aos países desenvolvidos. 

Para Zhou Jian, atingir essa meta é um “desafio” em um país em que o crescimento populacional e industrial ainda é intenso. Um plano quinquenal foi criado em seu país, estabelecendo a meta de redução de 16% do consumo de combustível fóssil até 2015. Para isso, numa cooperação com o Brasil, aderir ao uso de novos combustíveis, não fósseis, produzir carros movidos à eletricidade e investir em energia eólica, solar e em biocombustíveis.

Explicando a visão chinesa de longo prazo, Chai Qimin destacou o fator justiça ao longo de todo o processo que os países devem passar para se adaptarem a um novo consumo. Para o estudioso, todos os seres humanos têm o direito de usufruírem dos recursos naturais disponíveis no planeta. Chai Qimin destacou que os países desenvolvidos devem apoiar e contribuir para se chegar a essa equidade.

Para a secretária de Economia Verde do Estado do Rio de Janeiro e também professora da Coppe, Suzana Kahn, é insustentável os países seguirem se desenvolvendo dentro dos moldes atuais e deixarem de ter “uma resistência” no que se refere à economia verde. Ela propõe países devem considerar os recursos naturais como parte e métrica de seu crescimento.

A professora sugere também que o Brasil mostre liderança tomando ações como a utilização de energia renovável – “um dos setores-chave da economia verde”. Para isso, segundo Suzana Kahn, é necessário foco no desenvolvimento de tecnologia e inovação para crescer.

Para o Rio + 20, conferência da ONU em Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro, a secretária adiantou que a economia verde, que deverá ser discutida e definida entre os países participantes, será exposta como solução para a erradicação da pobreza. Uma coalizão entre governos regionais nos países, devido a sua extensão, seria um caminho para se chegar aos objetivos traçados, segundo a professora.

O diretor da Coppe, professor Luiz Pinguelli Rosa, que integrou a comitiva da Presidente Dilma Rousseff na visita oficial à China no último mês de abril e apresentou projetos de pesquisa na área de biocombustíveis, em sua exposição, exibiu gráficos das taxas de emissão de carbono em diversos setores e destacou que o Brasil “possui grande potencial hidrelétrico” e deu um passo a frente ao investir na expansão de energia elétrica. O professor foi enfático ao afirmar que o país deve estudar a questão de ser fornecedor de biocombustíveis, como o etanol, para o mercado externo, podendo obter êxito como o é no mercado interno, segundo Pinguelli.