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Estudantes e jornalistas debatem o mercado de trabalho na ECO-UFRJ

Do dia 16 a 18 de novembro, o Programa de Educação Tutorial da Escola de Comunicação (PET-ECO) da UFRJ promoveu a Semana de Jornalismo da UFRJ, marcada pela quarta edição do Meio a Meios. O evento, que acontece desde 2007, tem por objetivo complementar a formação acadêmica do estudante de jornalismo, proporcionando um contato maior com aspectos da prática da profissão. Nesta edição, o Meio Meios se propôs a concentrar o debate sobre o crescimento dos meios de comunicação virtuais e suas influências no mercado de trabalho. Foram realizadas três mesas temáticas que contaram com as presenças dos jornalistas Sérgio Cabral, Laurindo Laio Leal, Ricardo Noblat, Ségio du Bocage, entre outros.

Na terça-feira (16/11), aconteceu a abertura do evento com o tema ‘Jornalismo Cultural’. Além de Sérgio Cabral, também estavam presentes Marcelo Janot, crítico de cinema do site Criticos.com; e Julio Daio Borges, editor-executivo da revista eletrônica Digestivo Cultural. O debate foi mediado pelo professor Augusto Gazir. Para os debatedores, a facilidade em encontrar material através de ferramentas da Internet se apresenta sob aspectos tanto positivos quanto negativos. Janot acredita que o website Google, apesar de facilitar a vida do profissional, deixou o jornalista mais ‘preguiçoso’ e que a apuração, quando restrita a essa ferramenta, “é muito deficiente, quando não repleta de informações que não são verdadeiras”, opinou.

Partindo de sua própria experiência, Julio Daio Borges afirma que “é muito importante para o estudante de jornalismo a iniciativa de criar o próprio blog, site, ou qualquer coisa do gênero”. Para Borges, idealizador de uma das revistas eletrônicas culturais de maior sucesso na internet, “há muitos nichos a serem preenchidos. Se o estudante voltar-se a escrever para o nicho certo, existe ampla possibilidade de reconhecimento, antes mesmo de propriamente lançar-se no mercado de trabalho”.

Dia 17, quarta-feira, a mesa composta por Laurindo Lalo Leal, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP); Carlos Lungarzo, membro de Anistia Internacional; Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo; Felipe Vaz, coordenador de mídias sociais da candidata Marina Silva; e Leandro Colón, jornalista do Estado de São Paulo, tentou trabalhar as questões que concernem ao Jornalismo Político. Para Laurindo Lalo Leal, a questão da grave concentração dos grandes meios de comunicação na mão de pouquíssimos grupos impede qualquer direcionamento mais amplo a uma comunicação realmente democrática. Para o professor, “é necessário tornar claro que o espectro eletromagnético utilizado por esses veículos é um bem público, e não um bem empresarial, que deve ser utilizado para o povo e não para o lucro”.

 Quinta-feira (18/11), foi a vez do ‘Jornalismo esportivo’ em uma mesa representada por Vitor Sergio Rodrigues, do site Esporte Interativo; Caio Barbosa, do Jornal Extra, Sergio Du Bocage, repórter e apresentador da TV Brasil; e do mediador Gustavo Barreto, professor de Comunicação da ECO-UFRJ e do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). Abrindo o último dia de debate, os palestrantes ressaltaram a importância assumida pela cobertura esportiva em tempos que antecedem a realização da Copa e dos Jogos Olímpicos no Brasil. Para Caio Barbosa, esses “jogos movimentarão milhões e milhões de reais e irão interferir, de forma direta ou não, na vida de todo brasileiro. Para onde vão os investimentos feitos pelo governo destinados a obras em estádios e infraestrutura de arenas, qual o retorno social proporcionado por esses jogos, são questões que devem ser abarcadas pelo Jornalismo Esportivo”.

Para Ciro Oiticica, estudante de Radio/TV da Escola de Comunicação da UFRJ que acompanhou a Semana de Jornalismo, a composição heterogênia das mesas permitiu um debate enriquecedor. “A gente pode acompanhar uma amplitude de posturas e posições em relação ao jornalismo que, certamente, ajudaram a clarear as nossas próprias”, opinou.