A ética com animais usados em experiências é um assunto polêmico há muito tempo discutido pela sociedade. Para esclarecer dúvidas sobre o assunto o professor Marcelo Moraes do Instituto de Biofísica e presidente da Comissão de Ética de Uso de Animais em Pesquisas (CEUA) do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ) destaca a importância do uso de animais para a comunidade científica e as alternativas criadas para diminuir essa prática.
As CEUAs estão ligadas às instituições educacionais e têm a função de julgar se os procedimentos preservam o bem estar dos animais usados em pesquisas, além de ter que remeter anualmente os protocolos exigidos por lei para o congresso nacional.
Marcelo Moras revela que existem diversas alternativas para diminuir o número de mortes dos animais usados em experimentos, como o uso deles conservados em formol e, até mesmo, a contribuição de avançados programas de computadores. Marcelo explica que por lei todo procedimento que utiliza animais tem de ser filmado para ser usado como recurso didático, mas que o uso de animais vivos é insubstituível e necessário para o aprendizado. "Existem cirurgiões que precisam manipular animais para que não coloquem em risco os futuros pacientes que serão tratados por ele", explica o professor.
O que esclarece o docente é que esses métodos alternativos devem ser utilizados sempre que possível, mas que servem somente até certo ponto e que para salvar vidas, através da descoberta de novos remédios e curas, o uso de animais vivos é extremamente importante e nunca será substituído.
Marcelo fala da grande conquista que foi a inauguração do novo biotério localizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ). "Temos conquistado novos patamares na experimentação de animais que dão maior conforto para estes, além disso, os animais utilizados de maneira correta melhoram a qualidade dos experimentos, o que é um fator extremamente positivo para as pesquisas aqui produzidas".
Segundo o professor, a comunidade científica precisa estar atenta para que haja constante financiamento dos biotérios e uma contratação de profissionais com formação específica para trabalhar neles. "Agora que o novo biotério já está em funcionamento, o foco tem que estar em aumentar a capacidade de camundongos e na produção de coelhos, que, junto com camundongos e ratos, somam mais de 98% dos roedores utilizados para a pesquisa no CCS", explica o especialista.
A palestra
Para discutir a importância de animais em pesquisa acontece no próximo dia 16 de novembro, às 12h, no auditório Leopoldo de Meis, no CCS, uma palestra ministrada pelo professor Marcelo Moraes, que dá uma prévia ao Olhar Vital.
"A minha palestra tem como objetivo conscientizar a comunidade científica sobre as boas práticas no uso de animais de laboratório e a necessidade de estar subordinada a lei Arouca, que regulamenta a utilização de animais em pesquisas científicas. Temos que esclarecer a comunidade científica sobre os protocolos experimentais que tem de ser submetidos", afirma o palestrante.
O auditório Leopoldo de Meis fica no Bloco L do Centro de Ciências da Saúde (CCS), localizado na Av. Carlos Chagas Filho, 373, Cidade Universitária – Rio de Janeiro, RJ.