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Uso de psicofármacos contra depressão na gestação e lactação

O Instituto de Psiquiatria (Ipub) da UFRJ ofereceu nesta sexta-feira (17/09), no Auditório Leme Lopes, uma sessão do Centro de Estudos, ministrada por José Ramón Rodriguez López, doutor em Psiquiatria e Saúde Mental pela UFRJ e coordenador do curso de Pós-graduação em psiquiatria da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). O tema foi “Psicofarmacoterapia antidepressiva na gestação e lactação”.

A palestra abordou detalhes do uso desse tipo de medicamento em mulheres deprimidas e em casos de depressão durante e após a gestação. A questão principal foi debater se a mulher deve ou não continuar o uso de algum tipo de antidepressivo durante a gravidez e se isso afeta o feto. “Mulheres com transtornos psiquiátricos prévios deveriam planejar a gravidez, mas sabemos que isso não acontece sempre”, afirmou López. “Em casos como os de epilepsia, não se deve interromper o uso da medicação. A interrupção pode causar efeitos mais graves como abortos”, completou.

Segundo o especialista, os antidepressivos são os mais seguros entre os psicofármacos, nos períodos de gestação. “A maioria dos antidepressivos é transmitido para o leite em quantidades ínfimas, sem prejudicar os lactantes, de acordo com estudos norte-americanos”, explicou o psiquiatra.

O palestrante demonstrou três principais riscos que devem ser levados em conta com o uso dos psicofármacos: teratogênese ou teratogenia, conseqüências neurocomportamentais da criança em longo prazo e toxicidade direta neonatal. Teratogenia se refere à formação e ao desenvolvimento no útero de anomalias que levam a malformações. O feto é atingido pela medicação, sabe-se que, em torno de 40%, é transmitido através da placenta. Devido a isso, é indispensável o acompanhamento do obstetra e do psiquiatra durante a gestação.