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Faculdade de Educação debate acesso e permanência na UFRJ

A Faculdade de Educação (FE) da UFRJ organizou, na última sexta (16/07), um debate sobre acesso e permanência dos alunos à universidade. Marcelo Corrêa e Castro, decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Marcelo Paixão, representante do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) no Conselho Universitário (Consuni), e Ana Maria Ribeiro, presidente da Comissão de Acesso do Conselho de Ensino e Graduação (CEG), foram os palestrantes para a mesa.

Ana Maria Ribeiro ressaltou o aumento no número de vagas oferecidas pela UFRJ, que dobrou entre 1990 e 2010, alcançando mais de 8 mil no último ano. Ana Maria, porém, afirmou que o problema do acesso não está na quantidade de vagas disponíveis e, sim, na evasão escolar dos ensinos Fundamental e Médio. “A realidade é que, hoje, temos mais vagas no ensino superior do que demanda”, revelou.

Em seguida, a debatedora fez algumas críticas ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), que seleciona os estudantes a partir da nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “A forma como o SiSU-MEC trabalha é um direcionamento equivocado, uma loteria”, observou, referindo-se à possibilidade de um candidato, no SiSU, verificar em qual curso poderia ser alocado com sua nota. Ribeiro destacou, ainda, que a UFRJ deve ter o controle do processo de seleção e a importância da manutenção da fase discursiva. “O exame discursivo acabou com o império dos cursinhos no Rio de Janeiro”, analisou.

O professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia (IE) da UFRJ, afirmou que a instituição demorou a iniciar os debates para a implantação de ações afirmativas. “Houve sensibilidade em relação ao tema em outras universidades e, por isso, estávamos na contramão de uma agenda que está em pauta no país inteiro”, declarou Paixão, que coordena o Laboratório de Análises Econômicas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (LAESER) do IE-UFRJ. O docente lembrou a importância de um consenso em relação à adoção de políticas de cotas pela UFRJ. “Precisamos de um consenso, mesmo que não seja o que eu ache ideal, para colocarmos à prova, já em 2011”, afirmou.

Marcelo Corrêa e Castro observou a necessidade de apoio aos estudantes que já estão na universidade e não apenas aos que querem ingressar. “Deve haver preocupação com as taxas de conclusão, não apenas com a de ingresso”, ressaltou, finalizando em seguida: “Não podemos mais fazer de conta de que o problema não existe.”