Começou na última segunda-feira (26/04), a sétima edição da semana Fluxo de Engenharia da UFRJ, trazendo o tema “Transformando ideias em resultados”. Todas as palestras serão focadas em empreendimentos que surgiram a partir de ideias inovadoras. No primeiro dia, Richard Stephan, professor do curso de engenharia elétrica, apresentou aos participantes detalhes sobre o trem de levitação magnética MagLev-Cobra.
De acordo com o Stephan, a tecnologia do trem que está sendo construído na UFRJ é diferente das usadas em outros países. O MagLev-Cobra se utiliza da levitação diamagnética, ou seja, levita ao repelir o campo magnético criado entre os trilhos e os módulos de levitação. O sistema é mais estável e mais barato para curtas distâncias, que o do trem magnético alemão, por exemplo. Conhecido como Transrapid, ele liga o centro da cidade de Xangai ao aeroporto internacional e utiliza a levitação eletromagnética.
“Para manter o MagLev-Cobra levitando não é necessário nenhum gasto com energia elétrica, basta que os trilhos responsáveis pela levitação sejam resfriados com nitrogênio líquido. Além disso, para que o trem se movimente a uma velocidade de 70 km/h o gasto energético é mínimo. Porém, os supercondutores necessários para a produção dos trilhos são caros demais para que o sistema seja utilizado em longas distâncias”, afirmou Richard.
O professor explicou que, apesar de o custo da tecnologia ser um pouco alto, os custos de instalação e manutenção seriam muito menores. “Quando dependo da roda, eu não posso fazer um carro pequeno, nem subir com inclinações muito grandes por conta do atrito entre a roda e o trilho. Se tenho um veículo sem rodas, eu posso fazer um vagão menor e realizar curvas menores e subir inclinações de até 4%. Assim, o custo de construção será menor, pois não vou precisar construir viadutos, nem escavar rochas”, disse.
O professor afirmou ainda que o MagLev-Cobra é uma quebra de paradigmas no transporte urbano. “Ele é ecologicamente correto, pois a poluição sonora, ambiental e o consumo energético são menores. É economicamente correto, pois tem um custo menor de implementação e manutenção. Além disso, é a tecnologia nacional mais adequada para o transporte urbano e com maiores chances de crescimento”, esclareceu.
A VII Semana Fluxo de Engenharia continua até sexta-feira, 30/04. O evento é organizado pela Fluxo Consultoria, empresa júnior de consultoria em Engenharia da UFRJ e é composto por palestras, workshops, mini-cursos e visitas técnicas. Ainda que seja voltado principalmente para alunos de Engenharia, é facultada a participação de estudantes de todas as áreas de atuação. Outras informações no site http://www.fluxo.poli.ufrj.br.