Duas nações, duas economias e a perspectiva de aumentar a relação entre elas. Brasil e China tornaram-se países com desenvolvimento relevante no cenário internacional. Diante dessa conjuntura, é preciso fazer uma reflexão sobre a relação desses dois gigantes. Foi com este objetivo que aconteceu o encontro “Brasil e China: Estratégias Integradas de Cooperação”. O seminário, parceria da UFRJ com o Instituto Brasileiro de Estudos da China, Ásia e Pacífico (IBECAP), aconteceu nesta segunda-feira (22/03), no auditório do BNDES, no Centro do Rio.
De acordo com Sergio Annibal, professor do Instituto de Biologia da UFRJ e um dos organizadores do evento, esse é um projeto com o propósito de colocar a universidade mais próxima dessa cooperação com a China. “Diversos professores chineses visitam frequentemente a UFRJ e existem alguns acordos na área de tecnologia. Porém, a UFRJ precisa expandir a relação, não apenas da universidade, mas da sociedade como um todo”, explica Annibal.
Um dos participantes na mesa de abertura do evento, Severino Cabral, diretor-presidente do IBECAP, afirma que essa é uma interlocução cada vez mais madura e que deve alcançar um patamar ainda maior na nova década. “Há 35 anos o Brasil mantém relação com a China, mas hoje vivemos um novo momento frente às mudanças mundiais. Temos que pensar o que será essa parceria daqui para a frente. Acredito que estamos prestes a responder ao questionamento de Gilberto Freire, quando ele se perguntava o que havia de semelhante entre a velha China e o novo Brasil”, aponta Cabral.
Li Baojun, cônsul-geral da China, foi um dos palestrantes do evento. Ele, que se diz testemunha do desenvolvimento das relações entre os dois países, acredita ser esse um tema da extrema importância para os dias atuais. “Nos últimos seis anos a relação mudou muito. Depois de 1993, dirigentes avançaram na teoria de estabelecer relações estratégicas. Até hoje, as relações já ultrapassaram os limites iniciais e ainda se faz necessária a troca de ideias de como impulsionar ainda mais essa relação”, afirma o cônsul chinês. Ele acrescenta também “ser preciso que os dois países desempenhem papéis positivos na busca da melhoria da humanidade e da paz mundial”.
Já o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, enumerou as crises mundiais e apontou os papéis da China e do Brasil em todas essas mudanças. “Vivemos hoje simultaneamente quatro crises – econômico-financeira, ambiental, tecnológica e ideológica. E em todas essas crises tanto o Brasil quanto a China tiveram posições interessantes. O papel da China em todo esse processo é extraordinário. Nunca na história mundial um país cresceu tanto em tempos difíceis”, acredita o ministro.
A proposta do evento é também colaborar na apresentação do Brasil na Expo Mundial de Shangai 2010.