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Educação e democracia

"Sem educação não há democracia, não há desenvolvimento, não há conhecimento e não há liberdade.” A frase dita algumas vezes por Carlos Fuentes, durante conferência realizada hoje na Universidad Iberoamericana, da Cidade do México, sintetiza a ideia do jornalista e escritor panamenho sobre o futuro da educação superior. O evento, que estava marcado inicialmente para as 15h, foi transmitido ao vivo pela internet, a partir das 15h30 desta quinta-feira.

Fuentes traçou um panorama da educação superior na América Latina e afirmou que o principal caminho para melhorar as condições de vida da população é aumentar os investimentos em educação. De acordo com o escritor, países como Brasil, México e Argentina seguem em geral uma política de importar tecnologia e de valorização de grandes descobertas e não um processo efetivo de pesquisa. “Damos valor à inovação e não à investigação, o que nos deixa dependentes de países como China e Japão”, comentou.

Fuentes explicou também a necessidade de as universidades se abrirem para as novas tecnologias e empregá-las na educação, mas ressaltou os problemas encontrados na realidade cotidiana e a falta de estrutura de grande parte das instituições de ensino superior latino-americanas. "Em cinco anos, a internet alcançou um número de usuários que o radio levou 20 anos para conseguir. As escolas assim perdem o monopólio da educação, já que a informação está disponível; as escolas devem, então, fazer uso dessas tecnologias, mas como fazê-lo sem luz? Sem carteiras? Sem quadros?", questionou o autor de livros como A morte de Artemio Cruz (La muerte de Artemio Cruz, 1962), Gringo Velho (Gringo Viejo, 1985) e O espelho enterrado (El espejo enterrado, 1992).

Para tentar solucionar os déficits sociais dos países do continente, Fuentes propõe o uso da educação de forma mais política, pois só desta forma seria possível acabar com as diferenças sociais e combater o totalitarismo. "Educação e totalitarismo são opostos. Enquanto um é sinônimo de progresso, de admitir o desconhecido e aprender, o outro apenas atrasa e esconde os problemas. Só com educação é possível terminar com a divisão de classes no México e América Latina da divisão", concluiu.