O “Primeiro Encontro Cultural Síria–Brasil” realiza uma exposição com objetos e fotos que contam a história e retratam as influências culturais do país. A mostra está no Salão Vermelho, no campus da UFRJ na Praia Vermelha (avenida Pasteur, 250), até o dia 19 de novembro, e conta com palestras e apresentações de dança.
A Síria sofreu influência de diversos povos, como os babilônios, os romanos, os turcos e os gregos, e cada um deixou sua herança no país. A professora de História e Economia Sueli Medeiros, que organizou o evento com a síria Mayada Isbelly, encantou-se com a história e a cultura da região: “Sempre tive paixão não só pela Síria, mas por todo o Oriente Médio. Estou sempre lendo sobre o assunto”.
Na exposição, as toalhas que cobrem as mesas são sírias: bordadas em relevo com fios de ouro. Sobre elas, estão expostos utensílios, como copos e bules, usados no país. O metal dos copos não é o mesmo visto em outros cantos do mundo, é feito pelos próprios árabes.
Fotos das esculturas de deuses também compõem a mesa. No período neolítico, os sírios dançavam em festivais para a deusa Ishtar, do amor e da prosperidade. Faziam movimentos copiando a natureza, com o objetivo de desenvolver a fertilidade. A dança do ventre teve sua origem nessa manifestação.
Segundo Sueli, o islamismo e o catolicismo convivem na Síria. “Os dois (grupos) construíam suas igrejas em cima de templos pagãos para resguardarem o sagrado”, conta. Esses templos eram feitos no alto de montanhas para que ficassem mais perto dos deuses, seguindo a lógica das pirâmides.
Outro destaque é a foto de um castelo de pedra construído pelos templários, que estiveram no país para garantir a presença do cristianismo no local. Os muçulmanos, também com o intuito de atrair o povo, erguiam mesquitas muito luxuosas, como a Umaiata, no centro de Damasco.
O Centro Cultural Sírio-Brasil de São Paulo patrocina o evento. O Salão Vermelho fica no segundo andar do Palácio Universitário, ao lado do Salão Moniz de Aragão.