A arquitetura e os aspectos constitutivos da elaboração dos projetos das cidades indianas foram debatidos durante a palestra ministrada nesta quinta, dia 5, pelo professor Rui Leão, coordenador do curso de graduação de licenciatura em Arquitetura do Instituto Inter-Universitário de Macau, na China.
De acordo com Leão, na cultura hindu a elaboração de mandalas acabou inspirando o modelo de construção arquitetônica e a organização das cidades. Seguindo esse conceito, a cidade de Sikri foi pensada e erguida como uma cidade sem ruas. Era um grande palácio onde havia pontos principais como a Mesquita, a porta principal para Meca, o lago principal e o pátio central. Esse tipo de construção aponta para a importância da figura do monarca na sociedade indiana. As construções eram pensadas para enaltecê-lo. “Dentro do palácio, havia um edifício onde eram declamadas poesias e realizadas as oratórias. O edifício também funcionava como tribunal”, explica o coordenador.
Jaisalmer, cidade do século XII, situada entre a Índia e o Pasquitão, na opinião de Leão, é fora do comum porque foi desenhada para fazer uma interação da cidade com o divino. O professor explicou que as ruas, em Jaisalmer, eram “espaços iguais, mas ao mesmo tempo diferente” porque não havia a noção individualidade. O estilo de construção privilegia a estrutura horizontal e tem uma forte conexão com a natureza. As casas, chamadas de havellis, eram feitas de pedra e tinham sistema de climatização “para serem mais confortáveis”, diz Leão.
Outra cidade muito destacada por Rui Leão foi Jodhpur, localizada no Rajastão, no norte da Índia, onde as casas dos brâmanes, casta hierarquicamente privilegiada no país, são pintadas de azul e se fundem com o céu. Na opinião do professor, essa peculiaridade torna “a paisagem inspiradora”.
No dia 6, sexta-feira, haverá mais duas palestras ministradas pelo professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, sala 402, prédio da Reitoria, que fica na avenida Pedro Calmon, 550 – Cidade Universitária.
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