Provar se há diferença entre a temperatura sob telhados normais e telhados verdes é o objetivo da pesquisa Naturação (Telhados Verdes) como Alternativa Técnica de Enfrentamento às Mudanças Climáticas de Grandes Centros Urbanos, realizada pelo estudante de Engenharia Civil Paulo Henrique de Barros Maculo, com orientação das professoras Sylvia Meimaridou Rola e Elaine Garrido Vazquez.
A naturação busca envolver a vida urbana e rural em um meio ambiente onde a natureza seja o objeto mais importante, servindo de agente de grande melhoria das condições de vida do ser humano. O projeto analisado faz parte do Pensa-Rio, Programa de Apoio ao Estudo de Temas Relevantes e Estratégicos para o Estado do Rio de Janeiro, que é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).
Três casas experimentais foram construídas, sendo que uma delas recebeu na laje um sistema completo de telhado verde. Na apresentação que fez no Centro de Tecnologia (CT) no segundo dia da XXXI Jornada de Iniciação Científica da UFRJ (7/10), Paulo Henrique Maculo explicou todo o processo para a implantação dos telhados verdes, analisando as seis camadas principais que os projetos de naturação devem possuir: suporte estrutural (laje), camada impermeabilizante, drenagem, separado filtrante e de proteção, substrato natural e vegetação.
Segundo o graduando, no Brasil são mais utilizadas as plantas da espécie suculentas, como a Kalanchoe tubiflora, Echevérica prolífica, Sedum rubrotinctum. A vantagem é que essas plantas absorvem água por um tempo maior e não necessitam de irrigações constantes, além de possuírem raízes não profundas.
No momento o experimento está acabando de ser montado, como explica Paulo Henrique Maculo: “As casas estão prontas, faltando acabar a implantação do telhado verde para a instalação dos equipamentos de medição da temperatura, com os quais iremos medir a eficiência da naturação”.
Nos telhados verdes, as plantas ao crescer absorvem do ar o gás carbônico, principal responsável pelo aquecimento global (processo conhecido como “sequestro de carbono”). Além disso, a vegetação filtra o ar poluído das cidades, e a superfície com plantas absorve menos calor do sol que os tetos de cimento ou telhas.