Nesta quarta-feira (7/10), durante o segundo dia de exposições da XXXI Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, as estudantes Talita Arruda e Janaina Castro Alves apresentaram, no campus da Praia Vermelha da UFRJ, um trabalho de pesquisa sobre os novos caminhos do audiovisual em meio às ferramentas de distribuição de conteúdo on-line.
O desenvolvimento da Internet no início dos anos 90 apontava para duas possibilidades de distribuição de conteúdo: uma de propriedade, o copyright, e outra de fonte aberta – que poderia ter seu conteúdo modificado, copiado e reproduzido -, que ficou conhecida como copyleft. Com o advento desta segunda, vislumbrou-se a possibilidade da democratização do acesso, como apontam as estudantes.
Em um quadro regido por uma indústria, responsável pela produção e pelo investimento em novos conteúdos, a ideia de livre distribuição não soava bem aos ouvidos dos grandes estúdios, e já era de se esperar que qualquer um que ousasse tentar abalar as firmes pilastras da estrutura estaria com seus dias contados, como aconteceu, no caso do Napster – uma rede de compartilhamento que antecedeu o peer-to-peer, responsável pela busca de arquivos em todas as máquinas conectadas e pela retransmissão destes arquivos para um servidor central -, por exemplo, em que foi processado o criador e a rede tirada do ar pela justiça.
Porém, o que veio adiante tirou a capacidade de qualquer grande indústria impor regras; com o peer-to-peer, ou P2P, a troca entre pares era direta, sem a necessidade de um servidor central, o que gerou a impossibilidade de se rastrearem todos os compartilhadores de arquivo, e assim “legitimizando a imaterialidade do bem cultural”, como dizem as pesquisadoras.
É a volta, relativamente, ao sistema de antes do Renascimento, quando as assinaturas ainda não eram um fator importante nas obras artísticas, e que destrona a grande aura posta em volta do autor, a qual, segundo Thalita e Janaina, foi imposta a partir do momento em que se percebeu a capacidade de atrair a atenção do público com um nome conhecido. Nesta nova fórmula de democratização, extirpa-se o mediador, e como resultado tem-se um quadro simples, em que “bebe-se o necessário e dá-se o que tem”, como apontam as estudantes.