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Estresse Pós-Traumático é tema de estudo

Foi apresentado nesta quarta feira (7/10), durante a XXXI Jornada de Iniciação Científica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o resultado de um estudo sobre transtornos ligados ao estresse. O projeto é desenvolvido por estudantes do Instituto de Biofísica da UFRJ.

Carlos Eduardo Lourenço dos Santos Norte, autor do trabalho e bolsista do CNPq IC-Balcão, explica que a violência urbana tem crescido dramaticamente nos últimos anos e que eventos traumáticos decorrentes da violência podem gerar sequelas físicas e mentais e o desenvolvimento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

Segundo o pesquisador, a imobilidade tônica constitui uma reação extrema à percepção de ameaça inescapável, quando outros recursos como fugir e lutar são ineficazes. Entretanto, de acordo com Carlos, poucos estudos têm descrito a presença de imobilidade tônica durante eventos intensamente traumáticos em humanos.

Os estudos do grupo de pesquisa de transtornos ligados ao estresse mostraram que a imobilidade tônica é um forte fator para a predição da gravidade dos sintomas de estresse pós-traumático. Além disso, pacientes com Transtorno do Estresse Pós-Traumático que relataram imobilidade tônica durante o trauma responderam de forma desfavorável ao tratamento farmacológico.

O objetivo do estudo foi investigar a associação entre a atividade cardíaca e sintomas de imobilidade tônica em pacientes com Transtorno de Estresse Pós-Traumático, e para isso a metodologia utilizada foi o uso de uma triagem ambulatorial onde foram selecionadas pacientes para participar de um teste de revivescência da memória traumática. A aquisição do sinal eletrocardiográfico e de medidas psicométricas, que aferiam a imobilidade tônica, foi realizada em 19 pacientes com diagnóstico do transtorno.

O resultado do estudo indica que a baixa variabilidade da frequência cardíaca e a presença do fenômeno de imobilidade tônica estão associados em pacientes com transtorno do estresse pós-traumático.

A importância deste trabalho é que ao entender os possíveis marcadores de imobilidade tônica poderá ser possível desenvolver novas formas de tratamento e melhorar o entendimento das sequelas físicas e mentais decorrentes do impacto da violência na vida das pessoas.