“Vivemos cada vez mais cercados por softwares”: a afirmação é de Lev Manovich, professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), que participou na sexta-feira, dia 7, do último dia do seminário “Cultura 2.0”, no Fórum de Ciência e Cultura, no campus da Praia Vermelha. Especialista em Estudos do Software, ele pesquisa, principalmente, a relação conceitual entre as ferramentas tecnológicas e a imagem em movimento.
Para demonstrar o grau de dependência dos indivíduos em relação aos softwares, basta analisar as inúmeras funções que programas como Photoshop ou sites como Google e Amazon exercem em nossas vidas. Além disso, podemos estabelecer conexões internacionais, ter mais conforto ao fazer compras sem sair de casa e até alterar, virtualmente, a nossa realidade, como os jogos que misturam personagens reais e virtuais.
“Esses aparatos tecnológicos desafiam o funcionamento básico da nossa cultura sobre o que é e como funciona a comunicação nos dias de hoje”, afirmou o professor. Segundo ele, nas redes comunicacionais, os indivíduos exercem papel mais dinâmico, emitindo e recebendo conteúdos, sem uma função rígida. A ideia proposta pelo Twitter – com suas mensagens instantâneas – já comprova essa nova lógica das redes de comunicação.
O que deve ser observado, segundo Lev Manovich, é que esses softwares devem ser utilizados para ajudar no dia a dia das pessoas. Eles podem colaborar para estudos mais aprofundados, calcular estatísticas, dinamizar as relações interpessoais e proporcionar mais conforto e lazer. Manovich também apresentou ao público um novo software de edição de vídeos, demonstrando como até a captação da realidade pode ser alterada, de modo a se tornar mais interativa.