A COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) recebeu o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, nesta sexta-feira (20/03), para debater a implantação do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), durante reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. O evento teve a participação do diretor da Coppe Luiz Pinguelli Rosa, da secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn Ribeiro, entre outros.
Durante o encontro o ministro Carlos Minc afirmou que a discussão internacional sobre mudanças climáticas vem passando por verdadeiros impasses, sendo que nesse cenário o Brasil pode se tornar uma ponte entre os países, nas busca de uma solução global.
Sobre o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) que fora lançado em dezembro de 2008, Minc afirmou que dentre as metas do plano a mais ambiciosa é a redução dos índices de desflorestamento em 70%, até 2018, o que quer dizer deixar de emitir para a atmosfera cerca de 4,8 milhões de toneladas de CO2. Segundo o ministro, o esforço brasileiro de diminuir as emissões de carbono representa mais do que foi previsto na primeira fase do Protocolo de Quito para as nações desenvolvidas.
Um ponto de destaque durante o Fórum foi quando Minc informou que o Plano Nacional sobre Mudança do Clima foi elogiado ao ser apresentado à comunidade internacional na Conferência de Poznan, na Polónia, em dezembro, sobre alterações climáticas.
– Houve uma mudança da comunidade internacional em relação ao Brasil, que passou a ser protagonista com uma posição de defesa das florestas e de redução das emissões – ressaltou Minc ao referir que, em março de 2010, será feita a primeira atualização do Plano.
Outro grande desafio, segundo o ministro, é o setor energético, embora o Brasil tenha uma matriz considerada limpa e renovável. "Nos últimos anos ela vem ficando mais suja por causa das centrais térmicas a óleo e a carvão", acrescentou. Contudo, para contrabalançar este problema, a partir de abril, todas as centrais serão obrigadas a compensar as suas emissões de carbono.
Carlos Minc adiantou que será lançado em abril o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, o que ele chamou de "IPCC Brasil", pois teria os mesmos moldes do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas.
Esse painel deve reunir cerca de 300 cientistas da área de meio ambiente e deve interagir permanentemente com o painel internacional.
Para angariar recursos para aplicar em programas de combate às mudanças climáticas e de redução da emissão de carbono, o governo brasileiro já apresentou um projeto para criar o Fundo Clima.
O ministro do Meio Ambiente terminou sua participação no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas trazendo a público um projeto que está atualmente em tramitação no Congresso brasileiro, e que de ser bastante parecido com o já criado Fundo Amazônia, que busca financiar programas de desenvolvimento sustentável e na conservação da biodiversidade da floresta.
Inicialmente, a expectativa é de que o Fundo Clima seja dotado com 900 milhões de dólares, recebendo também 10% do lucro da participação especial do petróleo.